Em resposta à agência Lusa a propósito das buscas noticiadas esta manhã por diversos órgãos de comunicação social, a Procuradoria-Geral da República confirma as buscas, dizendo que decorrem “no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, com a coadjuvação de magistrados do DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal]”.
Este processo teve origem numa certidão extraída da designada Operação ‘Rota do Atlântico’, acrescenta a PGR, adiantando que em causa estão suspeitas de crimes de “recebimento indevido de vantagem, ou, eventualmente, de corrupção, de branqueamento de capitais, tráfico de influência e de fraude fiscal”.
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.
O inquérito ao juiz desembargador Rui Rangel foi aberto em 2016. Na altura, o Correio da Manhã noticiou que o juiz Rui Rangel era suspeito de receber indevidamente verbas do empresário do futebol José Veiga, arguido no processo ‘Rota do Atlântico’, relacionado com crimes de corrupção no comércio internacional, fraude fiscal e branqueamento de capitais e tráfico de influências.
No âmbito da operação Rota do Atlântico, desencadeada a 03 de fevereiro de 2016, foram constituídos vários arguidos, entre eles José Veiga, Paulo Santana Lopes, Manuel Damásio e a advogada Maria de Jesus Barbosa.
De acordo com a investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, José Veiga e Paulo Santana Lopes terão, alegadamente, atribuído vantagens indevidas a titulares de cargos políticos do Congo Brazzaville para, em troca, obterem contratos de obras públicas e de construção civil para a holding americana da multinacional brasileira Asperbras.
Lusa