É uma delícia folhear-se o livro 25 de Abril – No Princípio Era o Verbo (Guerra&Paz, 168 págs.). Com texto de Manuel S. Fonseca e ilustrações de Nuno Saraiva, nele se reúnem slogans, pichagens e outras formas de protesto que varreram Portugal depois da Revolução.
Os 50 anos do 25 de Abril parece ter dado fôlego à criatividade de artistas, ilustradores e artesãos, que criaram vários objetos a assinalar a data redonda. Neste sábado, 13, Joana Caetano, artista conhecida por Jubela, dará um workshop no Atelier da Rua Forno do Tijolo, em Lisboa, onde será possível bordar um cravo. No bairro dos Anjos, a Casa Tigre criou duas t-shirts, uma com assinatura do tatuador Douglas Cardoso e a outra desenhada pela filha, primeiro modelo de criança desta loja e estúdio de tatuagens.
Já a Vanilla Vice, de Cátia Almeida, lançou a t-shirt Revolucionária, um modelo unissexo. Em Campo de Ourique, Letícia Heger tatua um cravo como uma frase simbólica, no estúdio que abriu no ano passado e onde só utiliza produtos veganos e biodegradáveis. Por sua vez, a ilustradora Marta Nunes celebra com um conjunto de 25 postais diários os 25 dias de Abril, um tote bag e várias ilustrações.
Também há sementes de cravo, cadernos, brincos e colares, feitos à mão, neste cesto de sugestões. Ainda neste mês, a Casa da Moeda lança duas moedas comemorativas: 50 Anos do 25 de Abril, com o valor de 2 euros e de valor corrente, e Liberdade, Liberdade, com o valor de 10 euros e de coleção. Nelas, pode ler-se: “Esta é a madrugada que eu esperava”, de que Sophia de Mello Breyner falou logo em abril de 1974.