O último painel da 3ª edição da ESG Talks, em Leiria, centrou-se na discussão do tema “Capitalismo Humano, Inovação e estratégias ESG”, nos setores dos Plásticos, Moldes e Cerâmicas. Com a moderação da subdiretora da VISÃO, Margarida Vaqueiro Lopes, António Poças – Presidente da direção da Associação Empresarial da Região de Leiria/Câmara de Comércio e da Indústria – Henrique Figueiredo – Diretor da Políticas Públicas de inovação da ANI – e Paulo Pires – Administrador do Grupo Vista Alegre Atlantis – foram os convidados do último painel da iniciativa, promovida pelo novo banco, pela VISÃO e pela EXAME, em parceria com a PwC.
O debate começou pela intervenção de Paulo Pires, Administrador do Grupo Vista Alegre Atlantis, que falou sobre a dinâmica entre as várias gerações de trabalhadores da companhia. A celebrar os 200 anos de existência, o grupo Vista Alegre possui seis fábricas – cinco de cerâmica e uma de cristal – em Portugal, exportando 75% da sua produção para mais de 100 países. Com cerca de 2 500 funcionários, Pires defende que a empresa – desde a sua fundação em 1824 – demonstra uma grande preocupação com a componente “S” (social) da sigla inglesa ESG – Ambiente, Governança e Social. “É no intercâmbio geracional e na multiplicidade de culturas e conhecimentos que está o valor acrescentado da empresa Vista Alegre”, refere.
Uma ideia complementada por António Poças, Presidente da direção da Associação empresarial da região de Leiria/ Câmara de comércio e da Indústria (NERLEI/CCI), que defende que todas as indústrias podem beneficiar de uma maior ligação entre trabalhadores. Uma característica que se tem procurado implementar em Leiria, através de diversos projetos. “Leiria é uma região muito inovadora e as empresas inovam muito. Mas nós precisamos de ecossistemas que funcionem”, explicou.
Na opinião de Henrique Figueiredo, Diretor da Políticas Públicas de inovação da ANI, a palavra-chave para responder aos desafios sociais, ambientais e de governança é “Inovação”. “A inovação é a chave para criar valor. É a inovação que faz avançar este processo [ESG]”, defendeu. Um termo relacionado com os recursos tecnológicos e, sobretudo, com as pessoas, que criam o conhecimento e formas de o aplicar. “Pessoas informadas e empresas que possuem tecnologias avançadas produzem os tais ESG”, refere.
Uma palavra que também se encontra na agenda do grupo Vista Alegre. “Na Vista Alegre temos a missão de entregar uma empresa melhor às gerações futuras. Uma empresa mais rentável, mais sustentável e melhor do ponto de vista social”, defendeu. Para tal, Paulo Pires defende que a estratégia da empresa assenta na internacionalização e na inovação, aplicada em três pontos fundamentais: os produtos, os processos e na gestão – onde estão as pessoas como parte fundamental.
Também António Poças – Presidente da direção da NERLEI/CCI – acredita que “uma empresa inovadora é sempre uma empresa mais atrativa. Uma empresa que tem uma estratégia de ESG é sempre mais atrativa”, refere. Desse modo, as empresas devem agilizar os processos de inovação e ser mais rápidas na sua implementação. Para o Presidente, o aspeto da Governança deve “devia ser mais valorizado quando se fala do tema”, uma vez que a melhor gestão das empresas permite que sejam mais ágeis a nível da inovação.
Henrique Figueiredo encerrou o debate referindo que falta nas empresas uma vontade de arriscar. “Este esforço coletivo tem de ser feito e a inovação é a chave do sucesso”, concluiu.
O encerramento do evento ficou a cargo de Gonçalo Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Leiria, local onde decorreu a terceira conferência da 3ª edição das ESG Talks. O autarca elencou várias iniciativas que a região tem em curso no âmbito da sustentabilidade, nomeadamente ambiental, e salientou a força económica de Leiria, com impacto nacional.