
“Quisemos fazer renascer os balcões que eram usados nos restaurantes nos anos 60”, diz Nuno Correia Pereira, um dos proprietários do Peixola
José Caria
No novo restaurante Peixola, em Lisboa, aberto em meados de dezembro, não se vê uma única mesa, apenas um grande e bonito balcão de marmorite, em tons de verde, com 30 lugares. “A cor tem um ar fresco, lembra o fundo do mar”, diz Nuno Correia Pereira, um dos quatro sócios do Peixola, também proprietário da Espumantaria do Cais e da nova Espumantaria Petisco, perto do Castelo de São Jorge, em frente ao Mercado do Chão do Loureiro, em Lisboa. “Quisemos fazer renascer os balcões que eram usados nos restaurantes nos anos 60 e que se foram perdendo ao longo dos anos”, continua. “A ausência das mesas proporciona um jantar mais interativo e participativo. Somos contagiados pela energia dos outros clientes”, acrescenta, por sua vez, o arquiteto e sócio de Nuno, Pedro Baptista, responsável pelas obras (Pedro Colaço e Diogo Martinez, ambos ligados à restauração, são os restantes gestores do Peixola).
Não são só as cadeiras que não têm lugar por ali. Uma vista de olhos na ementa revela outra ausência: a da carne. “Não há sequer um prego”, apressa-se a dizer Nuno Correia Pereira. A ementa criada em colaboração com Francisco Amado (que trabalhou com José Avillez) e que assume aqui o papel de chefe de cozinha consultor divide-se em quatro áreas: Isco (couvert), Peixe miúdo (entradas), Peixe graúdo (pratos principais) e Peixe de água doce (sobremesas). Em breve, nascerá o menu de degustação Cardume, que incluirá, entre outras sugestões, o pica-pau de atum com soja, gengibre e chips e a sopa de peixe com rum Anejo, duas das propostas mais solicitadas no Peixola. No topo das preferências estão ainda o ceviche de salmão delico-doce com manga e a salada de quinoa com atum braseado. Mas há outras opções, como o fish and chips à Minhota, uma reinterpretação do Bacalhau à Minhota. Para dar início à refeição experimente-se a mousse de salmão fumado com dois queijos e collie de pimentos, o único couvert da lista.
A carta de bebidas criada pelo consultor de bar Alexandre Leitão aposta em diversas marcas de rum que aqui se servem simples ou em cocktails (são 11 as variedades, com destaque para aquele que leva o nome da casa, com Brugal, cointreau, maracujá, lima e clara de ovo). Para lá do rum, há ainda vinho a copo, a maioria brancos do Alentejo, Douro e Dão (só existe uma sugestão de tinto, uma de rosé e um espumante). Sim, porque ao Peixola pode chegar-se apenas para tomar um copo e ouvir a seleção do dj que ao fim de semana ocupa os “pratos” musicais da casa.

A ementa divide-se em quatro áreas: Isco, Peixe miúdo, Peixe graúdo e Peixe de água doce
José Caria
Peixola > R. do Alecrim, 35, Lisboa > T. 96 332 6213 ter-qui 18h-24h, sex-sáb 18h-2h