As componentes ligadas à gestão do talento (como a retenção de colaboradores, a qualificação das equipas e o recrutamento de candidatos) são vistas pelas empresas portuguesas como o principal desafio que se coloca à sua atividade nos próximos anos. Esta é uma das conclusões do estudo “O Futuro do Trabalho,” apresentado esta terça-feira pela AESE Business School, que vê ainda a emergência de novas competências e as empresas cada vez mais centradas nos colaboradores e nas suas necessidades.
A análise, que resultou de inquéritos a 75 empresas, debruça-se sobre as transformações que o mercado de trabalho deverá atravessar num futuro próximo, em que as novas tecnologias se aliam à conetividade e à globalização. Um novo quadro que permitirá levar o trabalho onde estiver o trabalhador, que desenvolverá tarefas para mais do que um empregador e estará vinculado por um contrato ou entendimento muito personalizado, como resumiu Maria de Fátima Carioca, dean da AESE Business School, durante a apresentação do estudo em Lisboa.
Além dos desafios que as empresas antecipam, o estudo debruçou-se também sobre as competências que se espera que venham a ser mais disputadas. Em comparação com há cinco anos, por exemplo, skills como a criatividade subiram na escala das empresas, ao passo que outras como a inteligência emocional ou a flexibilidade cognitiva, que não constavam da lista das principais, passaram a figurar nesse elenco.
“O pensamento crítico e a inteligência emocional surge como importante para todas as empresas, enquanto a criatividade é crucial nas pequenas empresas,” especificou a dean da AESE Business School na apresentação do estudo, feita à margem da entrega dos prémios das Melhores Empresas para Trabalhar, edição de 2019, uma iniciativa da EXAME em parceria com a everis e a AESE Business School.
O estudo apurou ainda as prioridades das empresas envolvidas e concluiu que estão muito centradas nos colaboradores e nas suas necessidades, nomeadamente a vida e desenvolvimento pessoal e a conciliação e motivação das equipas.
Por outro lado, diagnosticou o empenho das empresas na implementação de medidas relacionadas com a criação e reforço de culturas internas, em domínios como o ambiente de apoio, recrutamento e seleção, desenvolvimento pessoal, avaliação e reconhecimento, organização, participação e liderança.