
O Asiático, do chefe Kiko Martins, é uma viagem pelos sabore da Ásias
Francisco Rivotti
1. O Asiático
Se é fã de sopa pho, que os vietnamitas comem a qualquer hora do dia, mesmo com 40 graus, está no restaurante certo para a pedir. N’O Asiático, do chefe Kiko Martins, a ementa leva-nos a viajar pelas margens do rio Mekong, pelos mercados nepaleses e por outros recantos asiáticos. “É esta a minha onda”, resumiu o chefe Kiko Martins na altura da abertura, em 2016, explicando que a ideia lhe surgiu depois de uma viagem de 14 meses por 23 países e quatro continentes. Para provar as iguarias da carta não é preciso sair das mesas do pátio deste restaurante, que fica bem próximo do Jardim do Príncipe Real, em Lisboa. Depois do caldo vietnamita, aterra-se na Tailândia, o primeiro país da Ásia que o chefe conheceu, com as lulas tom yum. A rota passa ainda pelo Japão, com o chawanmushi de miso com vieira, e pela Coreia, com o surf and turf, uma espuma de ostras, tártaro coreano de novilho, pêra nashi e alga nori crocante, entre tantas outras sugestões asiáticas. R. da Rosa, 317, Lisboa > T. 21 131 9369 > dom-qui 19h30-24h, sex-sáb 19h30-1h

2. Jamie’s Italian
Agora que já não é preciso esperar 15 dias para conseguir mesa no Jamie’s Italian, no Príncipe Real, escolha-se um dia deste mês de agosto, mais calmo para quem fica na cidade a trabalhar, e peça-se uma das (muitas!) sugestões desta ementa italiana. Antes de chegar à mesa, descobrem-se os recantos deste restaurante com 500 metros quadrados repartidos por três pisos, com três salas e dois terraços, que mostram a paisagem lisboeta, onde se encaixa, por exemplo, o Castelo de São Jorge e a colina da Graça. E é precisamente num destes terraços que apetece ficar a apreciar o spaguetti nero com lulas fritas, mexilhões, polvo, alcaparras, chili, anchovas, tomates e vinho branco; e o linguini com camarão, molho de tomate, rúcula. Após a pausa para contemplar a vista, é a vez de saborear um brownie com molho de chocolate, com gelado de caramelo salgado e pipocas caramelizadas. Pç do Príncipe Real, 28A, Lisboa > T. 92 530 1411 > dom-qui 12h16h, 19h-23h, sex-sáb até às 24h

O sushi é um dos pontos fortes do Miss Jappa
3. Miss Jappa
Em dias de calor, o pátio interior cheio de verdes é o espaço mais requisitado do restaurante Miss Jappa, especializado em cozinha nipónica e chefiado por Ana Linns, a única sushi woman portuguesa certificada pela organização All Japan Sushi Association. É aqui neste recanto que apetece saborear um dos (cinco) cocktails à base de saké que se pode (e deve!) acompanhar com a entrada Quantos Queres, composta por ervilhas wasabi, chips de nori, chips de camarão e amendoim com caramelo de miso. Mas não apetece ficar apenas por este petisco, por isso passe-se à segunda categoria da ementa que, alia a cozinha do novo e do velho Japão, a Old Timers. É aqui se encontra a sopa miso com cogumelos shitakê, uma opção reconfortante ou se preferir um prato mais fresco, a secção Do Sushi Bar, cuja oferta inclui seis sugestões de sushi. E Quem é, afinal, Miss Jappa? Olhe-se para dentro, para a instalação de Filipe Pinto Soares. É o nome da boneca, com uma saia de tule e meias às riscas, que está sentada no baloiço, por cima da mesa redonda. Já nós acreditamos que a verdadeira Miss Jappa é mesmo a chefe Ana Linns. Pç. do Príncipe Real, 5A, Lisboa > T. 21 137 9763 > ter-qui 12h30-15h, 19h30-24h, sex 12h30-15h, 19h30-1h, sáb 12h30-1h, dom 12h30-24h

O chefe Diogo Noronha continua a mergulhar na riqueza da estação, privilegiando a qualidade, a sazonalidade e a sustentabilidade
4. Pesca
É com um cocktail criado pelo barman Fernão Gonçalves que se chega à mesa posta no terraço do Pesca, para conhecer os novos pratos criados por Diogo Noronha. O chefe continua a mergulhar na riqueza da estação, privilegiando a qualidade, a sazonalidade e a sustentabilidade do produto. Neste verão, Diogo Noronha apostou na anchova e na garoupa dos Açores, “dois peixes ricos em sabor”. “Valorizar espécies abundantes menos consumidas é uma forma de proteger espécies em risco”, reforça o chefe, que utiliza peixe e marisco apanhados nas águas de Setúbal, Sesimbra, ria Formosa e Açores. Depois do mexilhão fumado com negroni solidificado numa areia do mar, um amuse-bouche que se deve comer de uma só vez, experimente-se duas novidades no capítulo das entradas: os espargos verdes na brasa com cantarelos glaceados, mostarda do mar, queijo da Ilha e carvão vegetal, e as sardinhas da nossa costa, com cremoso de grão-de-bico, pimentos vermelhos braseados, citrinos, rúcula e ice plant. Nos pratos principais, há dois que se mantêm da carta anterior, por terem seguidores assíduos: o peixe-espada preto e nori, couves de temporada, manteiga de caril de Madras, rábano e ovas de arenque; e o salmonete braseado com migas de pão, puré de alcachofra, favas, tomatada e ovo a baixa temperatura. Para terminar, um inusitado tomate em terra de vegetais, feito com leite, manjericão e azeite DOP transmontano. R. da Escola Politécnica, 27, Lisboa > T. 21 346 0633 > ter-dom 12h-15h, 19h-24h

Nuno Correia
5. ZeroZero
É como se mergulhássemos no coração de Itália quando nos sentamos à mesa da pizzaria ZeroZero e pedimos um dos cocktails preparados com prosecco, o vinho branco italiano, ou um dos vinhos de várias regiões e microrregiões vínicas de Itália. Com a bebida na mesa, experimente-se uma pizza de massa fina e crocante. Ali, o segredo estará na proporção das farinhas que se utilizam para fazer a massa, a 00 e outras de moagem lenta em pedra. É com estes ingredientes, juntamente com água de ph neutro (que influencia, entre outras coisas, a fermentação) que se inicia o método ancestral, longo e moroso de confeção destas pizzas cozinhadas em forno de lenha de azinho. A Prosciutto e Funghi, com tomate, mozzarella fiordilatte, presunto de parma 18 meses e cogumelos e a Salsiccia e Provola Affumicata, com mozzarella fiordilatte, salsicha, queijo provola fumado, tomate cereja marinado e alecrim, são apenas duas sugestões. R. da Escola Politécnica, 32, Lisboa > T. 21 342 0091 > dom-qui 12-24h, sex-sáb 12h-1h
