Pelas mesas do novo restaurante de Kiko Martins, passam sabores do Vietname, Tailândia, Japão, Índia, Coreia e outros países asiáticos que o chefe de cozinha bem conhece
Mário João
Uma vendedora de legumes na cidade vietnamita Da Lat, um comerciante de pitaias nas águas do rio Mekong, papaias gigantes num mercado nepalês, muitas comidas e rostos de longe daqui. As fotografias tiradas pelo chefe de cozinha Kiko Martins estão agora nas paredes da entrada do seu novo restaurante O Asiático, aberto há duas semanas em Lisboa, a uma curta distância de A Cevicheria, que inaugurou em 2014. Por enquanto, ainda só ali serve jantares – e, atenção, não há reservas de mesas.
“Quero partilhar com os portugueses a cozinha que existe do Nepal ao Japão. É esta a minha onda”, afirma Kiko Martins, que queria abrir este restaurante desde que, há cinco anos, viajou durante 14 meses por 23 países dos quatro continentes. Agora, é ele que nos leva numa viagem pelos sabores da Ásia, sem precisarmos de sair de uma destas mesas, seja no primeiro andar, seja no rés do chão com esplanada.
Com o pho de rabo de boi e wagyu (€9,30), chegamos, num abrir e fechar de olhos, ao Vietname. “É um caldo que os vietnamitas comem a qualquer hora do dia. Aquece o corpo e a alma”, descreve Kiko Martins. Já com as lulas tom yum (€14,40) aterra-se na Tailândia – o primeiro país da Ásia que o chefe conheceu durante a sua lua de mel. A rota pelos sabores asiáticos inclui também a passagem pelo Japão, com o chawanmushi de miso com vieira (€12,80). “É um prato cozinhado a vapor bastante apreciado pelos japoneses”, explica Kiko Martins, que, em breve, visitará o país, pela segunda vez. São estes os seus três países asiáticos preferidos, gastronomicamente falando, confessa.
Mas a viagem continua. O borrego indiano (€12,90) traz-nos os paladares de um “país duro e difícil, mas ao mesmo tempo muito bonito”, descreve. Seguimos também até à Coreia, para experimentar o surf and turf (€13,60), uma espuma de ostras, tártaro coreano de novilho, pêra nashi e alga nori crocante. Nas sobremesas, entre as quatro opções, destaca-se o Caril Doce, um bolo de coco, creme de caril, líchias, manga picante e gelado picante (€7,30), e a Floresta Negra Japonesa, uma mousse de arroz fumado, chococlate negro, cereja e matcha (€7,60). O périplo só ficará completo com mais do que uma visita ao Asiático, onde haverá muito mais para provar. A acompanhar, a sangria asiática, que leva, entre outros ingredientes, sake, erva príncipe e lima kaffir, é uma das sugestões do chefe.
Tirando os olhos da mesa, repare-se nos detalhes da decoração, que também nos fazem viajar: os pássaros em arame, feitos por um artista de San Francisco, a esvoaçar por várias salas, as estátuas de budas e os rádios antigos na parede do bar, a árvore no fundo da sala principal, a receber muita luz natural por causa do teto envidraçado, e, sim, as muitas fotografias coloridas que nos dão as boas-vindas à Ásia quando chegamos.
Surf and turf coreano, uma espuma de ostras, tártaro coreano de novilho, pêra nashi e alga nori crocante
Mário João
O Asiático > R. da Rosa, 317, Lisboa > T. 21 131 9369 > dom-qui 19h30-24h, sex-sáb 19h30-1h