“Temos clarificado um conjunto de dúvidas dos profissionais, definimos os objetivos, a metodologia de trabalho e apontamos para o ‘soft opening’ do modelo Centro de Responsabilidade Integrada na nossa urgência a partir do dia 01 de julho” com 30 dias de adaptação, disse Carlos Martins, que assumiu funções em 01 de fevereiro, substituindo no cargo Ana Paula Martins, a nova ministra da Saúde.
A Unidade Local de Saúde Santa Maria, conjuntamente com as ULS São José (Lisboa), de Coimbra, São João e Santo António, no Porto, foram as instituições escolhidas para avançar com projetos-pilotos de centros de responsabilidade integrados com equipas dedicadas ao serviço de urgência até ao final do ano, quando termina o projeto.
“O centro de responsabilidade integrada é, obviamente, um objetivo estratégico, não só porque é um projeto-piloto, mas pela importância que tem na organização da urgência”, disse Carlos Martins, adiantando que é um trabalho que teve início há dois meses e que já começou a dar os seus resultados.
O presidente da ULS Santa Maria sublinhou que o trabalho que está a ser realizado em termos dos serviços de urgência é “muito mais abrangente” do que o CRI.
Esse trabalho decorre de um plano estratégico que foi desenhado no início de fevereiro, quando a nova administração assumiu funções, e assenta em três eixos: Organização, tecnologias de informação e áreas de trabalho.
“Consensualizamos que era importante fazer uma mudança de paradigma, mas também em termos das condições de trabalho dos serviços de urgência”, disse, avançando que, além das obras da urgência de obstetrícia/ginecologia, que já estavam a decorrer, pretendem fazer “uma grande obra de qualificação total da urgência pediatria”.
Carlos Martins notou que a urgência de pediatria tem crescido nos últimos dois anos a uma média de 11% e, sendo um serviço muito antigo, “começa a esgotar a sua capacidade de resposta em termos do bem-estar” das crianças, dos familiares e dos profissionais.
Segundo o administrador, o plano estratégico encerra com “uma grande requalificação do serviço de urgência central”.
Relatou que, desde fevereiro, já foram executadas seis medidas de organização do serviço de urgência, que depois se interseta com um conjunto de serviços dentro da instituição.
“Os resultados começam a aparecer em termos de um maior fluxo entre a urgência e os serviços, entre a urgência e os centros de saúde, e uma melhor gestão do doente que está à responsabilidade no serviço de urgência”, realçou.
Mas, sublinhou, “o primeiro objetivo desta reorganização moderna e funcional é o centro de responsabilidade integrada” em que a questão “mais importante” é os recursos humanos.
“Essa tem sido a nossa principal preocupação em termos de conseguir, sobretudo, clarificar o modelo organizacional e estimular os profissionais”, disse Carlos Martins.
Questionado sobre quantos profissionais irão integrar o CRI, afirmou ainda ser prematuro nesta fazer avançar com números, explicando que estão a trabalhar o modelo organizacional em três pilares.
O primeiro pilar são os profissionais que vão trabalhar em exclusividade no CRI, o segundo refere-se aos profissionais de várias especialidades que fazem urgência e, por último, a contratação de médicos que têm trabalhado como prestadores de serviço na urgência central.
A instituição está a contactar e a reunir com esses médicos que trabalharam regularmente nos últimos anos neste serviço e “parte deles já manifestaram intenção de aderir”.
“Estes serão os três tipos de profissionais que teremos a partir de 01 de julho na urgência central”, disse, notando que terão as mesmas condições remuneratórias: “Trabalho igual, vencimento igual”.
HN // CMP
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