931 novos casos de Covid-19 e oito mortes: são os números que constam do último boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde (DGS), referentes ao dia 28 de agosto. No último mês, as infeções provocadas pelo vírus SARS-CoV-2 dispararam novamente, depois da Jornada Mundial da Juventude e dos festivais de Verão, voltou-se a discutir a necessidade do uso máscara, mas afinal o que se sabe sobre esta nova variante?
Responde pelo nome de Éris ou Eg.5 e, à semelhança do que tem acontecido com as últimas linhagens que mais deram nas vistas, tem uma capacidade superior de transmissão e de fuga à imunidade prévia. Apesar disto, os conselheiros da DGS têm desdramatizado o aumento de casos, recordando que a subida parece maior quando estamos em níveis muito baixos.
O que tem de diferente?
A EG.5 é uma subvariante da Ómicron. Surgiu na China, em fevereiro de 2023, e entretanto já se tornou dominante em todo o mundo. Foi batizada pelo biólogo da Universidade de Guelph, no Canadá, T. Ryan Gregory, que a estudou. E tem uma mutação no aminoácido F456L na proteína da espícula do SARS-CoV-2 (proteína da superfície do coronavírus que se liga às células humanas) em relação à sublinhagem XBB.1.9.2., de que descende.
Estas caraterísticas tornam-na mais transmissível, mas não existe ligação comprovada a um aumento do perigo. Os casos dispararam, mas as mortes não, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a classificá-la, a 9 de agosto, como de baixo risco, tal como as outras subvariantes da Ómicron.
Que sintomas?
Os sintomas não divergem dos anteriormente descritos para outras variantes: febre, tosse, perda do paladar, do olfato, cansaço, dor de garganta, dor de cabeça, diarreia, erupções cutâneas e irritação ocular.
E os cuidados a ter também não são uma novidade. Apesar de nos últimos dias ter regressado o debate sobre o regresso das máscaras, depois de o Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui os hospitais Santa Maria e Pulido Vante) ter voltado a impor esta medida de proteção nos internamentos. No entanto, ao que tudo indica, a DGS não pretende aconselhar de novo a obrigatoriedade de forma mais generalizada.
Mais casos, menos mortes
Em agosto, verificou-se um aumento de 63% no número de novos casos, no mundo. Todavia, as mortes recuaram 48 por cento. Em Portugal, na semana entre 22 e 28 de agosto, registou-se uma média de 644 novas infeções – mais 156 que na semana anterior; mais 381 que na primeira semana do mês.
A boa notícia é que, até ao final do mês (a partir de 29 de setembro), as instituições de saúde e as farmácias passarão a poder administrar novas doses da vacina contra a Covid-19, o que se espera que possa reforçar as defesas contra a infeção.