A maior fabricante de brinquedos do mundo intensifica os esforços para se livrar dos combustíveis fósseis na sua produção, e está a pagar até 60% a mais por resina plástica feita de material renovável ou reciclado, revela o CEO da companhia ao Financial Times. Isto tem sido possível graças aos bons resultados registados ao longo dos últimos meses.
No ano passado, a Lego tinha reportado uma queda significativa dos seus resultados líquidos, mas na ocasião os executivos da empresa mostraram-se tranquilos e confiantes na estratégia. Certo é que nos meses seguintes a empresa entrou em trajetória ascendente, com as contas a evoluírem positivamente ao longo de cada trimestre.
À publicação britânica, o CEO da Lego, Niels Christiansen, admitiu que o material que a empresa tem escolhido para produzir os seus novos brinquedos resulta de uma mistura de combustíveis fósseis com materiais reciclados ou renováveis – como óleo de cozinha usado – e que o movimento de se livrar dos primeiros vai continuar a acontecer, e tudo sem refletir o aumento do custo para o consumidor.
Em termos de materiais, estamos a falar de um aumento de custos de entre “4 a 60%. E não passamos isso ao consumidor. Sai do nosso EBIT [lucro operacional]”, garantiu Christiansen na mesma ocasião
A companhia dinamarquesa tem como objetivo atingir uma produção totalmente verde em 2032, e para o responsável da Lego, os avanços feitos este ano deixam-no agora mais confortável para assumir que esta meta vai ser cumprida com algum conforto. Christansen revelou ainda que está a tentar estimular a procura junto dos produtores de plásticos para que estes forneçam cada vez mais matérias-primas amigas do ambiente.
Marca presente na vida das crianças há várias gerações a Lego compromete-se ainda a que os seus brinquedos continuem a ser duradouros e seguros – e tão fortes que continuarão a magoar os pés descalços de quem, invariavelmente, se encontra com eles espalhados pelos cantos da casa.
Parcerias com marcas como o Fortnite têm ajudado a empresa a garantir um crescimento sustentado, com as novas gerações a serem apresentadas aos pequenos blocos de jogos de formas alternativas mas nem por isso menos atraentes. A Lego apostou ainda, ao longo dos últimos anos, em modelos de larga escala e em figuras menos convencionais, como ramos de flores ou estádios de futebol, que podem ficar montados na sala de visitas ao invés de estarem constantemente a ser destruídos para dar lugares a novas figuras.
Os filmes da Lego também têm representado uma importante fonte de receita.
A empresa garante, assim, que vai continuar a investir na sustentabilidade da sua produção, fazendo reforços significativos nas fábricas e nas matérias-primas, por forma a seguir como exemplo no mercado.