A saída já era esperada, mas ficou formalizada esta segunda-feira numa reunião com a ministra da Saúde Ana Paula Martins. Luís Meira apresentou a demissão da direção do INEM na sequência de uma polémica sobre a renovação do contrato de helicópteros para a emergência médica.
Ana Paula Martins tinha criticado o facto de Meira ter recorrido a um ajuste direto para contratar estes meios aéreos à empresa que já fornecia o serviço, sem fazer um concurso público.
A crítica foi feita pelo Ministério da Saúde numa nota enviada à Agência Lusa na qual a tutela dizia não compreender porque é que o INEM deixou terminar o prazo sem ter lançado um concurso público internacional, um ato permitido pela resolução de Conselho de Ministros de outubro do ano passado.
“Desde o dia 2 de abril até à data de hoje, o INEM não lançou nenhum concurso público internacional para aquisição dos serviços em causa. Não compreendemos os motivos”, lia-se na nota, que vincava o facto de a direção do INEM ter deixado sem resposta os pedidos de esclarecimento do Ministério da Saúde sobre o tema.
Ministra já tinha anunciado auditoria ao INEM
No sábado, o Jornal de Notícias tinha noticiado que o INEM ia prolongar o contrato com a empresa Avincis, por ajuste direto. Segundo o jornal, “o instituto quis lançar concurso em abril, mas a autorização do Governo não chegou”. Um dado que viria a ser desmentido pelo Ministério da Saúde na nota à Lusa.
Um concurso lançado pelo INEM em janeiro tinha ficado sem efeito depois de o instituto ter recebido apenas duas propostas, ambas com valores superiores ao preço base.
No início de junho, Ana Paula Martins tinha anunciado no Parlamento a realização de uma auditoria administrativa e financeira ao INEM, tendo deixado no ar a ideia da necessidade de mudar a liderança do instituto.