De quantos compositores se ouve apenas o começo de uma música e de imediato sabemos de que filme se trata? De pouquíssimos, mas de John Williams seguramente. Tubarão, Super-Homem, Indiana Jones, Star Wars, E.T. ‒ O Extraterreste, Parque Jurássico, só para mencionar os mais trauteáveis da história recente do cinema.
Experimente-se ver o Tubarão sem o trecho de duas simples notas. Não tem o mesmo impacto no espectador. Para John Williams é uma aventura náutica, um filme de piratas que dá um nó no estômago. Em Star Wars, George Lucas queria que cada personagem tivesse o seu próprio tema e considera que “o som é metade do filme”. Curioso que a abertura, a marcha com metais, foi a última coisa que Williams escreveu durante o processo. Foi depois do sucesso de Star Wars que o compositor começou a ser regente convidado à frente das maiores orquestras do mundo. Algo que o pianista de jazz, nascido em Nova Iorque numa família ligada à música, nunca almejou.
Em Encontros Imediatos de 3.º Grau como é possível que cinco notas criem tanta expectativa, em E.T. o violino e a harpa humanizam o extraterrestre, em Parque Jurássico, John Williams enaltece os dinossauros com a mesma admiração de uma criança, e, n’A Lista de Schindler, honra a história do Holocausto por meio da música.
Nos filmes, a música é tão importante como a sua ausência, veja-se a sequência inicial d’O Resgate do Soldado Ryan, aquando da invasão da Normandia, sem qualquer melodia, uma decisão de Williams e Spielberg.
John Williams, hoje com 92 anos e cinco Oscars por bandas sonoras, já subiu 45 vezes ao palco do Hollywood Bowl com um anfiteatro repleto de milhares de pessoas ao rubro, com sabres de luz em riste, como se de um concerto rock se tratasse. Ovação para quem a música é como respirar.
A Música de John Williams > Estreou 1 nov, sex > 105 min > Disney+