Se o leitor gosta de estar à conversa com amigos, num bar sem fumo nem música acima do tom, este texto é para si. Norte, a cervejaria que abriu em setembro no centro histórico de Santa Maria da Feira, veio preencher uma lacuna. “Faltava um sítio de convívio, para consumir sentado”, defende Simão Mateus, que aqui realizou um sonho antigo, com a colaboração da mulher, Patrícia Jesus. Não queriam ter “mais um bar para ir beber, dançar e fumar”, diz. Recuperou um prédio de família, adquirido pelo bisavô em 1841, e criou áreas distintas, interligadas de dinâmica. A requalificação deixou paredes de pedra à vista e permitiu fazer um terraço com jardim vertical.
À entrada, rodeado de bancos altos e numa acolhedora zona com sofá, encontra-se o balcão, onde reina a cerveja, servida em lambreta (20 cl) ou a metro (3 l). Esta última opção, que dá algum descanso aos empregados, “tem feito furor”, conta Simão Mateus. “O recipiente está em cima da mesa e são os próprios clientes a servir”, explica. Entre brancas, loiras, ruivas, morenas e pretas, são cinco as cervejas de pressão (como Erdinger, La Trappe e Guinness), 16 as artesanais portuguesas (como Vadia, Letra e Maldita) e 19 as marcas internacionais, com maior incidência nas belgas e alemãs.
Mais resguardada e com luz ténue, à esquerda, está a sala de pedra com móveis de linhas modernas, onde sobressaem rádios e máquinas de escrever antigas, além de mesas rodeadas por cadeiras restauradas que Simão Mateus trouxe de casa dos pais.
Para picar, almoçar ou jantar, a carta sugere pratos tradicionais, capazes de agradar a todos, incluindo aos avós e às crianças, acredita o proprietário. “Os nossos clientes querem paz e sossego e procuram sítios onde possam estar com a família”, resume. Entre as quase duas dezenas de bares do centro histórico da cidade, a tranquilidade encontra-se a Norte, já se vê.
Norte > R. António Ferreira Soares, 116, Santa Maria da Feira > T. 256 303 302 > seg-qui 12h-24h, sex-sáb 12h-2h, dom 15h-24h