Mal se entra neste restaurante, que desde maio ocupa o rés do chão de um edifício de habitação na zona das Antas, sente-se no ar um discreto aroma a brasa. A cozinha de fogo (fire dining) que Ricardo Dias Ferreira estreou no Porto, em 2019, quando abriu o Elemento, na Rua do Almada, expandiu-se para este Gastro com um ambiente “mais requintado e delicado”, descreve o chefe de cozinha que demorou dois anos a desenhar este novo projeto, juntamente com a mulher, Patrícia Lourenço, responsável pela sala.
“O Elemento é algo mais bruto. Este Gastro é uma evolução”, aponta. A coqueluche é o fogão a lenha com cinco metros de comprimento (construído para o restaurante), à vista dos clientes, sobretudo daqueles que se sentarem ao balcão em forma de U (leva 17 pessoas) aberto para a cozinha.
O Gastro by Elemento funciona com um menu de degustação com nove momentos, servido ao jantar, no qual consta apenas um prato de carne: a presa de porco preto à Bairrada cozinhada lentamente a baixa temperatura (quatro horas no fumeiro) e que leva um molho a fazer lembrar o sabor do típico leitão. Nos peixes (que podem ir variando), prova-se lírio curado com caldo de porco e fava; salmonete ou imperador com molho de carabineiro; pargo ou cherne com dashi beurre blanc e ervas da ria – Ricardo Dias Ferreira adora ir à procura destas plantas, influências de ter crescido junto ao mar na Praia do Pedrógão, em Leiria.
O jantar é rematado com um gelado de citronela, mirtilo e chocolate branco e bolo da Madeira com caramelo, cozido no tal forno a lenha. “Esta cozinha passa por substituir o gás ou a eletricidade por algo mais orgânico que é a lenha e o fogo em si”, explica o chefe de cozinha, que conta no currículo com sete anos na Austrália (no Quay e no Sangri-la, em Sydney), depois de ter passado pelo restaurante de Martin Berasategui, em San Sebastian.

Gastro by Elemento > R. Maria Adelaide Freitas Gonçalves, 13, Porto > T. 22 549 2399 > ter-sáb 19h-23h > €85 (menu), €55 (harmonização de vinhos)



