A primeira dúvida que surge quando o tema é proteínas prende-se com a quantidade. Fala-se em moda, em abuso, em proteína a mais, mas afinal do que se trata?
O nutricionista Pedro Carvalho, que explora bem o assunto no seu mais recente livro Os Novos Mitos que Comemos, sobe a fasquia do que normalmente se estipula como barreiras do consumo ideal – nunca abaixo dos 0,8 gramas por quilo de peso, jamais acima dos 1,2 gramas.
Para este especialista, a ingestão pode, e deve, subir até aos 2, 5 gramas. “No entanto, acima disso não há benefício algum”. E pode até resultar em problemas na excreção deste macronutriente. Uma simples análise à ureia determinará se o consumo está mais alto do que deve.
O último inquérito alimentar nacional determinou que a população portuguesa ingere proteína a mais, muito por culpa dos alimentos de origem animal, como a carne, o peixe, os ovos e os laticínios. Mas também existe muita oferta no reino vegetal, como a soja, com os mesmo benefícios e sem o plus da gordura saturada inerente aos produtos acima referidos.
A quantidade que ingerimos vai depender dos objetivos e, para os atingir, nada melhor do que procurar acompanhamento profissional. À custa da proteína a mais ou a menos, de melhor ou pior qualidade, podemos engordar (sim!), emagrecer ou ganhar músculo, embora neste último caso ela tenha um papel residual. Não se ganha massa muscular só a comer proteínas – não há milagres!
Não há milagres, mas há muita desinformação em relação aos suplementos de proteína ou aos alimentos aditivados. O nutricionista também desmistifica essa realidade: “A larga maioria dos suplementos à venda são seguros.” E os alimentos com adição de proteína ajudam a atingir os objetivos estipulados. “Por exemplo, um iogurte pode chegar aos 20 gramas de proteína” – a quantidade ideal para uma refeição. A ingestão proteica deve estar distribuída ao longo do dia, defende, e não concentrada ao almoço e ao jantar.
Note-se que, apesar de tudo isto se discutir ao grama, não será necessário pesar todos os alimentos antes de uma refeição (embora haja quem o faça), Pedro Carvalho explica, neste vídeo, que, com acompanhamento nutricional adequado, a prática e a devida motivação, as pessoas acabam por interiorizar as quantidades necessárias de alimentos ou de suplementação para atingir os seus objetivos.
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