De forma a evitar designações “estigmatizantes e discriminatórias”, devido ao local onde foram identificadas pela primeira vez, assim como a encontrar “maneiras simples e fáceis de dizer e memorizar”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu recorrer ao alfabeto grego para nomear as variantes mais preocupantes ou de interesse do coronavírus, assim divulgou esta segunda-feira.
Em comunicado, a organização explicou que “embora tenham as suas vantagens, os nomes científicos podem ser difíceis de dizer e lembrar”, o que pode levar a algumas incorreções, quando reportados. Como resultado, explica, “as pessoas recorrem, muitas vezes, aos nomes dos locais onde são detetadas as variantes, e é isso que se pretende evitar. “Nenhum país deve ser estigmatizado por detetar e reportar variantes”, escreveu, na sua conta de Twitter, a técnica da OMS Maria Van Kerkhove.
Além disso, referir o nome de um país para designar uma variante pode ser incorreto, já que, em alguns casos, as memas mutações foram identificadas de forma independente em vários lugares do mundo. “Para evitar isso e simplificar as comunicações públicas, a OMS incentiva as autoridades nacionais, meios de comunicação e outros a adotarem estes novos nomes”, lê-se no comunicado.
A OMS acrescentou, também, que reuniu um grupo de especialistas em nomenclatura e taxonomia de vírus para, a partir de uma “uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura”, serem adotados os novos nomes. Mas, atenção, as mais recentes designações não substituem os nomes científicos das variantes, que continuarão a ser utilizados em contexto de investigações científicas, assim explica a organização.
Esta é a lista das variantes e respetivas designações em grego:
B.1.1.7 (Reino Unido): Alpha
B.1.351 (África do Sul): Beta
P.1 (Brasil): Gamma
P.2 (Brasil): Zeta
P.3 (Filipinas): Theta
Sublinhagem B.1.617.1 da variante B.1.617 (Índia): Kappa
Sublinhagem B.1.617.2 da variante B.1.617 (Índia): Delta
B.1.427/429 (EUA): Epsilon
B.1.525 (vários países): Eta
B.1.526 (EUA): Iota