Cientistas da Universidade de Berna, na Suíça, descobriram que o musgo, mais especificamente algumas espécies conhecidas por rádula, têm propriedades medicinais semelhamtes às da canábis e que, por isso, podem vir a ser utilizadas para o tratamento de várias doenças inflamatórias, cãibras, e náuseas desencadeadas por tratamentos intensos como a quimioterapia, por exemplo.
Os pesquisadores estão a investigar os efeitos do perrottetinene, um composto químico persente nesse tipo de musgo que tem uma estrutura muito semelhante ao THC, a substância química encontrada na canábis que faz com que os seus consumidores fiquem drogados.
O perrottetinene é produzido apenas por esse grupo de espécies de musgo específico e, de acordo com os cientistas, só é encontrado naturalmente em três países: Japão, Nova Zelândia e Costa Rica.
Para a investigação, publicada na revista científica Science Advances, a equipa testou amostras de rádula em ratos e concluiu, a partir dos efeitos observados, que o perrottetinene pode ser uma alternativa ao THC da canábis, já que não provoca efeitos psíquicos tão fortes.
Isso significa que há menos probabilidades de esta planta vir a ser utilizada para fins recreativos e, por isso, evitar restrições legais que impedem, em muitos países, o uso terapêutico da canábis.
“Essa substância natural [perrottetinene] tem um efeito psicoativo mais fraco e, ao mesmo tempo, é capaz de inibir processos inflamatórios no cérebro”, afirma Andrea Chicca, uma das autoras do estudo.
Os investigadores dizem que são necessários mais testes em animais e humanos para se escrutinar melhor as propriedades medicinais desta planta e descobrir se existem alguns efeitos prejudiciais.