Nos últimos 17 anos, uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Iorque estudou cerca de 550 mil adultos em seis estados e mais duas cidades dos EUA e chegou à conclusão de que uma dieta mediterrânica protege as pessoas contra os efeitos prejudiciais da poluição do ar. Aqueles que seguem uma alimentação rica em fruta, vegetais e cereais integrais têm menos cinco vezes de probabilidade de morrer de causas relacionadas com a poluição do ar – Os antioxidantes encontrados nestes alimentos contrariam o seu efeito no organismo.
“A adoção de uma dieta mediterrânea tem o potencial de reduzir os efeitos da poluição do ar numa parte substancial da população nos Estados Unidos”, acredita George Thurston, o principal autor do estudo.
Para chegar a estes resultados, a amostra foi monitorizada e exposta, a longo prazo, a alguns tipos de poluição do ar, incluindo na forma de partículas (formam-se na atmosfera como resultado da reação química entre diferentes poluentes). Ao mesmo tempo, os investigadores tiveram em atenção o tipo de alimentação que cada um dos participantes seguia.
Aqueles que não tinham uma alimentação rica em frutas, vegetais e cereais integrais mostraram uma taxa de mortalidade por doenças cardíacas 10% mais elevada, por cada aumento de 10 partes por mil milhões na exposição a dióxido de nitrogénio (que resulta, por exemplo, dos motores de combustão ou incêndios). Na mesma situação, para os que seguiam a dieta mediterrânea, a taxa de mortalidade só subiu 2 por cento.
A taxa de mortalidade por doenças cardíacas também aumentou para 17% quando a exposição à poluição em forma de partículas aumentou 10 miligramas por metro cúbico. Para os seguidores deste tipo de alimentação, aumentou apenas 5 por cento.
“Estudos anteriores mostraram que mudanças na dieta, particularmente a adição de antioxidantes, podem atenuar os efeitos adversos da exposição a altos níveis de poluição do ar em curtos períodos de tempo”, lembra Chris Lim, um dos investigadores. “O que não sabíamos era se a dieta podia influenciar a associação entre a exposição à poluição do ar a longo prazo e os efeitos na saúde”, acrescenta.