A reputação do Governo não anda famosa e as sondagens começam a sublinhar isso mesmo. Enquanto isso, nas empresas – que aguardam pacientemente o desfecho da proposta de Orçamento de Estado para 2024 – o momento é de celebração, com os CEO’s a verem a sua reputação em máximos históricos.
Se este texto fosse uma notícia da área dos Mercados diria que a reputação dos CEO’s fecha o dia no verde e a do Governo no vermelho. Mas, não é. É o dia a dia de um país que há muito deixou de conseguir atrair talento de empresas privadas para a frente de pastas ministeriais de setores estratégicos. Talento que sabe o verdadeiro significado de gerir uma empresa (que tem de funcionar como uma orquestra), de ser resiliente, de crescer, inovar, gerar riqueza, atrair investimento para o país, mesmo em conjuntura adversa.
Num breve olhar pelo ranking da Merco Empresas e Líderes, e que é considerado um dos monitores de referência, que anualmente avalia a reputação de empresas e líderes, há nos 10 primeiros lugares um nome que salta à vista: Paulo Macedo. Conhecido pelo trabalho que fez enquanto Diretor Geral dos Impostos, este gestor de carreira foi ainda ministro da Saúde.
Ver para além deste ranking é encontrar em governos anteriores, regra geral do PSD, gestores de carreira a liderar pastas. Hoje o que temos são pastas a serem levadas para a frente por militantes de um partido. Algo que descredibiliza a política e arrasta a economia ao sabor da ideologia e do cacique.
Muitos analistas apontam ou pedem uma remodelação governamental. Mas, conseguirá Costa inverter um barco desgovernado e atrair para o seu Governo gestores profissionais, daqueles com currículo semelhante ao outro Costa, o da Economia?
Costa, o da Economia, já mostrou estar desalinhado com as mensagens do Costa, primeiro-ministro, e por isso só lhe resta um papel secundário num governo que precisa urgentemente de reputação à frente das pastas. Conseguirá Costa, o primeiro-ministro, remodelar e surpreender?
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