Desde que comecei a escrever crónicas que vou anotando possíveis temas a explorar. Seis anos depois, alguns foram ficando esquecidos, cristalizados para sempre, naquela que (chegados aqui) pode considerar-se a lista das crónicas que não escrevi. Uns são temas maiores, outros apenas expressões ou jogos de palavras de onde partir. Uns restaram por não renderem os caracteres de uma crónica e outros por simples falta de pretexto ou ocasião.
Uma das entradas da lista é a história de quando vim à boleia desde Génova com amigos. Onze boleias, para ser mais precisa. Sendo que o último camião (de um motorista russo há muito imigrado em Portugal) não só nos trouxe do País Basco ao Estádio do Dragão, como tinha o contentor cheio de colchões de espuma, onde passámos a noite. Foi uma viagem inesquecível, em que renovei a fé na solidariedade humana e cultivei o mais juvenil sentido de liberdade.