O The Sovereign Portuguese Art Prize, um prémio anual organizado pela Sovereign Art Foundation (SAF), como forma de angariar fundos para ajudar crianças desfavorecidas ou em situações de risco, chegou à sua 3ª edição. De 27 de novembro a 14 de dezembro, a Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA) acolhe a exposição na qual são mostradas as obras dos 33 finalistas.
O vencedor, escolhido por um painel internacional de jurados composto por diretores de museus e instituições, leiloeiras e o vencedor do ano passado, será aununciado a 7 de dezembro e receberá um prémio de 25 mil euros.
O JL conversou com Howard Bilton, presidente do Sovereign Group e criador do The Sovereign Portuguese Art Prize.
Portugal não é o primeiro país ao qual o Sovereign Art Prize chega. Há quanto tempo e por que razão decidiu criá-lo?
Criámos o prémio em 2003 e a minha motivação foi a de usá-lo como um veículo para angariar fundos, a fim de poder fazer o que realmente me interessa: ajudar crianças desfavorecidas. Poderia fazê-lo sem organizar um prémio de arte, é claro, mas desta forma consigo também ajudar os artistas.
De que forma é que o prémio ajuda estas crianças?
Das obras finalistas, exceto a vencedora, que passará a integrar a coleção da SNBA, 22 serão vendidas na exposição e 10 leiloadas pela Phillips num jantar de gala, dia 7, no Palácio da Bacalhôa. Tanto num caso como no outro, os artistas recebem 50% da venda, a mesma percentagem a que teriam direito numa galeria, e os restantes 50% revertem para projetos sociais que estamos a implementar em Portugal.
Quais?
Por exemplo, há dois anos que, em Estremoz, usamos a arte como forma de terapia e reabilitação para crianças em circunstâncias muito complicadas, seja porque têm problemas mentais, dificuldades de aprendizagem ou que são abusadas física ou psicologicamente. É uma ferramenta muito poderosa que podemos usar para ajudá-las a regressar ao sistema de educação convencional.
E por que razão decidiu trazer o prémio para Portugal?
Começou em Hong Kong, onde eu vivia em 2003, e chegou a África há cinco anos, após conseguirmos uma parceria com a Norval Foundation. Estamos em Portugal, há três, desde que eu vim para aqui viver. Naturalmente, queria fazer a diferença e um bom trabalho na minha nova casa. É uma escolha peculiar, porque, tendo apenas 11 milhões de habitantes, a base de colecionadores e a comunidade artística do país são reduzidas, mas, precisamente por isso, pensámos que o prémio poderia fazer realmente uma grande diferença, sobretudo para os artistas.
Só aceitam portugueses?
Aceitamos portugueses, quer vivam ou não em Portugal, e artistas de outras nacionalidades, desde que vivam em Portugal.
As candidaturas são espontâneas?
Não. Temos um grupo de “nomeadores” – diretores de museus, curadores, críticos e especialistas em arte – a quem pedimos que proponham aqueles que consideram ser os melhores concorrentes.
A Fundação compra obras a algum dos artistas?
Não, pois usamos todo o dinheiro angariado para investir nos programas artísticos na comunidade.