A pressão para construir de uma forma mais sustentável está a levar algumas empresas a procurar soluções disruptivas que podem realmente fazer a diferença para um planeta mais verde.
A mais recente novidade vem da dst sa, construtora do dstgroup, que desenvolveu uma gama de betão estrutural e de betão ecológico feito à base de resíduos de construção e demolição e de subprodutos da indústria siderúrgica. O objetivo é “reduzir, drasticamente, a utilização de recursos naturais e de produtos energeticamente intensivos nas suas construções do futuro”, anuncia a empresa, em comunicado.
A tecnologia industrial para a criação desta gama de betão estrutural e betão betuminoso foi desenvolvida no âmbito do CirMat (CIRcular aggregates for sustainable road and building MATerials), projeto que resulta da parceria da dst com o Instituto Superior Técnico, a Universidade do Minho e a Norwegian University of Science and Technology. O CirMat é um projeto financiado em 85% pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu – EEA Grants, no âmbito do programa EEA Grants Ambiente, no valor aproximado de €500 mil.
“É importante recordar que betão é o segundo bem mais consumido no mundo a seguir à água, e, portanto, se considerarmos que cerca de 80% dos materiais constituintes do betão são agregados e areias e no caso das misturas betuminosas estes materiais representam cerca de 90% do seu peso, o ganho económico e ambiental por via da redução do consumo de materiais naturais é muito substancial”, assegura Mafalda Rodrigues, responsável do projeto.
A dst, s.a. está apta a produzir estes materiais e espera agora que a sua utilização seja aceite por parte dos donos de obra e/ou projetistas. “É essencial haver uma mudança de paradigma na forma como são aceites estes novos produtos que privilegiam os princípios da economia circular. Outro ponto fundamental, é haver uma cooperação entre diferentes entidades/organizações para atualização de normas, especificações e cadernos de encargos que contemplem a sua utilização”, reforçou ainda Mafalda Rodrigues.
Para testar os produtos, a dst e os parceiros criaram construções piloto onde se aplicaram os betões betuminosos com características de desgaste e de ligação, o primeiro com incorporação de mais de 60% de agregados reciclados de betão e o segundo com mais de 60% de subprodutos da indústria siderúrgica em substituição de agregados naturais.
Para o betão estrutural, executaram-se dois protótipos: um com incorporação de 30% de agregados reciclados de betão e o outro com incorporação de mais de 50% de subprodutos da indústria siderúrgica.
A responsável sublinhou ainda que este projeto permitiu criar sete declarações ambientais de produto, que se encontram em fase de validação pelas entidades nacionais competentes para o efeito e, serão as primeiras no país para este tipo de produtos. Recorde-se que estas declarações ambientais de produto constituem uma ferramenta voluntária de comunicação relativa ao desempenho ambiental de um produto ao longo do seu ciclo de vida.