A norte, o borrego. A sul, o cabrito. Nas casas em que nenhuma destas iguarias é apreciada, haverá porco, perú ou até um naco de carne de vaca. Páscoa é, em Portugal, sinónimo de carne nas principais refeições, acompanhada de bolas de carne, folares de Páscoa e, claro, demais iguarias doces.
É certo que há quem dispense, já, tanto a carne como o peixe, e aí poderá haver legumes salteados, caril de legumes ou outras alternativas que não impliquem proteína animal.
Numa Páscoa em que as autoridades de saúde ainda pedem contenção nas celebrações, seja qual for a refeição que decida partilhar com os seus, não se esqueça de ter à mesa os vinhos certos – pelo menos aproveita-se para brindar à vida, à saúde e, como manda a época, à capacidade de renascer a cada dificuldade.
Monte Cascas Espumante
O produtor diz que este vinho acompanha bem sobremesas, queijos macios, comida picante ou lagosta. Nós achamos que ele é suficientemente versátil para acompanhar uma refeição leve – por exemplo de legumes ou carnes brancas. Para quem é apreciador de espumantes, este vinho da região Távora-Varosa, nascido de um blend entre Touriga Nacional e Malvasia Fina, complexo e estruturado sem perder elegância, com uma bolha média agradável, pode bem ser a aposta certa nesta Páscoa. À venda no El Corte Inglés, em garrafeiras e no próprio site do produtor – www.cascawines.pt
Billecart-Salmon
Se é um tradicionalista e não consegue trocar o champagne pelo espumante nacional, uma sugestão da região mais famosa do mundo: este Billecart Salmon Sous Bois tem na sua composição Chardonnay, Pinot meunier e Pinot noir. Um vinho mais estruturado que o anterior espumante, muito complexo no nariz e bastante leve na boca, é o arranque ideal de qualquer refeição. Queijos (da ilha!) e mariscos ganham relevo na companhia deste vinho. À venda no El Corte Inglés e em garrafeiras.
Taboadella Grande Villae
É um dos melhores tintos que provámos nos últimos tempos. Este vinho do Dão encerra toda a elegância da região, perfeitamente equilibrada com a complexidade que um reserva pede. Um blend de Alfrocheiro, Touriga Nacional e Tinta Roriz, deixa-nos sentir os solos graníticos, a frescura do microclima e a intensidade das castas nacionais. Um bom final de boca, e uma companhia perfeita para o seu almoço de Páscoa. Nós apreciamos particularmente a colheita de 2019. À venda em garrafeiras e no produtor (www.taboadella.com/)
Numanthia Tinta de Toro
O monocasta da icónica Bodega Numanthia, colheita de 2016, é claramente o tinto perfeito para o seu borrego ou cabrito. É deixá-lo respirar durante uma hora, antes de servir, e depois encantar-se com a delicadeza desta casta espanhola que exala todo o luxo que o grupo LVMH (dono da Bodega Numanthia) gosta de fazer presente. Leve no nariz, encorpado na boca, com um final longo e elegante. À venda no El Corte Inglés.
Ameixâmbar
Produzido pela Adega do Vulcão, da ilha do Faial, este vinho foi uma boa surpresa entre os tantos que se andam a produzir no arquipélago dos Açores. Um vinho que dispensa o marketing agressivo, porque vale bem por si: sabe a mar, sabe a terras vulcânicas, equilibra com um pouco de tosta das barricas em que estagia por pouco tempo e devia ser do conhecimento de qualquer casa portuguesa. Um vinho que junta uvas do Pico e do Faial, perfeitamente equilibrado, um branco robusto que pode fazer-lhe companhia nas entradas ou em pratos de carne branca ou legumes. À venda em garrafeiras e no produtor (www.adegadovulcao.com)