Desculpem a insistência, mas o tema da TAP é incontornável. Ainda por cima, hoje, com o início de três audições, que prometem, cada uma à sua maneira, marcar a agenda dos próximos dias, quiça dos próximos meses. Coincidentemente, um dia antes das audições na CPI da TAP, o Presidente da República promulgou (ainda que forçado) a lei que legaliza a morte medicamente assistida. Os politólogos lá dirão qual o significado político desta decisão ou se o mesma não passa disso mesmo, de uma coincidência, e se há uma mensagem subliminar para o governo, assumindo-se o Presidente como o médico assistente. Adiante.
A atenção mediática que a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP (CPI) tem merecido e as audições de Frederico Pinheiro e Eugénia Correia (hoje) e João Galamba (amanhã, quinta-feira) levaram André Ventura, líder do Chega, a assumir funções na CPI, substituindo o deputado Pedro Pessanha. O líder do Chega sabe onde está a atenção dos media e percebeu que pode capitalizar num formato de comissão de inquérito, onde os ministros não podem ignorar perguntas e são obrigados a responder. A tarde desta quarta-feira começa com Frederico Pinheiro, o alegado assessor violento suspeito de um furto que, afinal, não terá sido um furto e termina. Segue-se Eugénia Correia, a chefe de gabinete do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que, na noite de 26 de abril, só lhe faltou telefonar para o general João Cartaxo Alves, chefe do Estado Maior da Força Aérea, dando-lhe conta de um (suposto) furto de documentos relacionados com a TAP.