As vivências da cidade universitária contrariam a passagem do tempo. Não por acaso, quando se entra no espaço Éfe-Érre-Á – Momentos da Vida Académica, vê-se uma reconstituição da torre da Universidade de Coimbra (UC) com um relógio em que os ponteiros andam ao contrário. A singularidade desta comunidade estudantil tem-se mantido, resistente, e quem queira recordá-la ou conhecê-la melhor tem nestas pequenas quatro salas um cheirinho do que representa ter passado pela mais antiga universidade do País, cujas origens remontam a 1290 – e uma das mais antigas do mundo. Aliás, pela riqueza patrimonial (material e imaterial), cultural e científica, foi classificada Património Mundial pela UNESCO.

Inaugurado em abril de 2023, o Éfe-Érre-Á concentra-se em experiências marcantes da vida estudantil em Coimbra. Pelas salas, ecoa a folia da Queima das Fitas, reconstitui-se uma República (as casas arrendadas por estudantes e geridas numa coabitação democrática), reproduz-se uma antiga sala de aula, recordam-se as glórias desportivas da Associação Académica de Coimbra, ouve-se uma amostra dos estilos musicais (do fado à canção de intervenção) que se destacaram no ambiente universitário. “Quem cá esteve mata as saudades; quem não esteve percebe porque os outros as têm”, aponta Paulo Trincão, diretor do Museu da Ciência da UC, em cujos edifícios o espaço se integra (o do Colégio de Jesus).