À medida que a variante Ómicron se alastra e ganha terreno sobre a Delta, crescem os casos diários de infeções provocadas pelo vírus da Covid-19. Tal como em Portugal, que nesta quarta-feira, 29, voltou a bater o recorde de novos casos registados num só dia, vários países estão a sofrer os efeitos da nova variante, que eleva a fasquia para um nível de contágio nunca antes visto durante a pandemia do SARS-CoV-2.
Em França, nas últimas 24 horas, registaram-se 208 mil novas infeções, um novo máximo nacional e europeu, quebrando o anterior, anunciado ontem, terça-feira, de 180 mil. A cada segundo, duas pessoas apanham o vírus em terras gaulesas.
A situação só não é crítica porque, embora mais transmissível, a Ómicron parece confirmar cada vez mais a ideia de que, de uma maneira geral, é menos severa do que as outras, nomeadamente a Delta, o que ainda dá alguma margem de manobra aos hospitais. Falta, no entanto, saber até onde ela fará o número de infetados subir e as consequências que daí poderão resultar, uma vez que a primeira vaga da Ómicron está agora a dar os primeiros passos.
Os contágios estão em crescendo um pouco por toda a Europa, com vários países a registarem valores máximos de novos casos desde o início da pandemia, na linha de Portugal e França, nos primeiros dias desta semana. Nesta segunda-feira, 27, a Dinamarca chegou aos 41 035, o Reino Unidos aos 318 699 e a Itália aos 78 300; ontem, terça, 28, a Grécia também bateu o seu recorde ao atingir os 21 657 casos, assim como a Escócia, com 15 849. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos da América, o cenário é idêntico, com o acumulado dos últimos sete dias, até ontem, a indicar uma média superior a 267 mil pessoas infetadas por dia, a mais elevada destes dois anos de pandemia.
Perante este quadro, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial, referiu esta quarta-feira, 29, estar “altamente preocupado” com aquilo que classificou como um “tsunami de casos”, considerando as variantes Ómicron e Delta “duas ameaças gémeas” que é preciso combater com mais vacinação nas zonas do globo onde o processo está mais atrasado.