Sem tempo para fazer, como habitualmente, uma breve declaração para as câmaras, em Sintra, onde cumpria a agenda, esta manhã, Marcelo Rebelo de Sousa deu nota aos jornalistas presentes de que só conseguiria falar com eles, por volta das 14:00, já no Palácio de Belém, antes da reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional (às 14:30). Este convite depressa se transformou numa conferência de imprensa noticiada sob a perspetiva de que o Chefe de Estado teria algum anúncio a fazer depois da audiência do ministro das Infraestruturas, na quinta-feira, na comissão parlamentar de inquérito à TAP. Afinal, Marcelo não tinha nada para dizer… e quer apenas reafirmar o que disse ao País, há duas semanas.
De Belém, ainda chegou a existir, durante a manhã, confirmação de que o Presidente faria declarações, nos jardins do palácio. No entanto, cerca de hora e meia depois, fonte oficial, questionada sobre o local da dita declaração, avançou, à VISÃO, que o Presidente já não estaria disponível para falar com os jornalistas.
O contexto só por si levantava dúvidas, uma vez que Marcelo habitou-se a fazer comunicações ao País sempre ao início da noite, geralmente às 20:00. E sem direito a perguntas.
Marcelo Rebelo de Sousa reúne-se ao início da tarde com o Conselho Superior de Defesa Nacional e depois tem ainda previsto um encontro semanal com o primeiro-ministro, que habitualmente acontece às quintas-feiras. Mas, antes de entrar para a reunião, o Presidente, deslocou-se à porta principal do Palácio de Belém, apenas para garantir aos jornalistas que “mantém exatamente” o que disse, há 15 dias, “nos termos em que disse” quando falou ao País e reiterando estar a “acompanhar atentamente” a situação política.
O Presidente optou por não tecer nenhuma consideração sobre a audição do ministro das Infraestruturas, nesta quinta-feira, 18, na comissão parlamentar de inquérito à TAP, em que João Galamba revelou que informou o primeiro-ministro, na madrugada de 26 de abril, sobre o pedido de intervenção do SIS para recuperar o portátil do ex-adjunto, Frederico Pinheiro.