A decisão da Zap, operadora de Isabel dos Santos, excluir a SIC Notícias e a SIC Internacional da sua grelha de difusão em Angola e Moçambique apanhou de surpresa os seus sócios portugueses. “Ficamos muito surpreendidos com a decisão e não a percebemos. Não sabemos como aconteceu, nem em que contexto”, disse à VISÃO Paulo Azevedo, líder da Sonae, e parceiro de Isabel dos Santos nas telecomunicações. Em Portugal, os dois estão juntos no capital da operadora Nos, que, por sua vez, tem 30 % do capital da Zap.
Questionado sobre se vão tomar alguma posição, Paulo Azevedo foi cuidadoso na resposta: “Primeiro, gostaríamos que os responsáveis nos explicassem o que aconteceu e o que efetivamente esteve na base dessa decisão”, respondeu o chairman da Sonae, já depois de terminada a conferência de imprensa de apresentação de resultados do grupo, na sede da empresa, na Maia.
Os dois canais do grupo Impresa – proprietária também da VISÃO e do Expresso – foram suspensos na terça-feira da grelha de transmissão da Zap para Angola e Moçambique, precisamente depois de ter sido emitida uma série de reportagens criticas relativamente à situação de Angola e às alegadas acusações de corrupção que recaem sobre algumas figuras do regime de José Eduardo dos Santos.
A maior operadora de telecomunicações por satélite de Angola não, deu, porém, qualquer justificação pública para a exclusão, a não ser uma mudança de grelha por razões contratuais. Contudo, a imprensa angolana remete para uma retaliação depois dos conteúdos exibidos pela estação de Carnaxide, como pode ver aqui .
Também a extensão desta decisão a Moçambique tem causado alguns protestos, visíveis através da redes sociais.