As peças movem-se no tabuleiro da corrida à Belém. Henrique Gouveia e Melo foi o segundo a chegar ao jogo, mas tem conseguido dominar a atenção mediática e controlar a agenda do tema “presidenciais”. Como numa batalha naval, o almirante tem as jogadas bem planeadas. E o primeiro alvo é Luís Marques Mendes, o primeiro a anunciar a candidatura presidencial. Não foi por acaso que, mal o PSD aprovou, em Conselho Nacional, o apoio a Marques Mendes, Rui Rio foi anunciado como mandatário de Gouveia e Melo.
No dia em que encheu a Gare Marítima de Alcântara para anunciar que era candidato, desfazendo o segredo mais mal guardado da política portuguesa, Henrique Gouveia e Melo tinha já vários sociais-democratas de peso para mostrar. E muitos estrategicamente colocados na primeira fila. Estavam lá Alberto João Jardim, Ângelo Correia e Adão Silva, mas também António Capucho, Carlos Carreiras, Fernando Negrão, Fernando Seara, António Martins da Cruz, Rui Gomes da Silva, António Nogueira Leite ou o já não militante Isaltino Morais, afastado por Mendes por causa dos processos que o acabariam por levar a cumprir pena de prisão. O friso, que incluía outras figuras menos notáveis, como o conselheiro nacional André Pardal, era o suficiente para parecer que estava ali uma espécie de PSD B, uma versão alternativa para os sociais-democratas que não se empolgam com a ideia de ter Luís Marques Mendes em Belém.