Portugal venceu Marrocos por 1-0 na segunda jornada do Grupo B do Mundial de 2018 e garantiu uma boa posição para assegurar a passagem aos oitavos de final da competição. Mas esteve longe de fazer uma boa exibição, muito pelo contrário. Um jogo apagado, lento, sem inspiração da equipa portuguesa que só teve um fim feliz, porque Portugal conta com um tal de Cristiano Ronaldo, que fez o único golo da partida, logo aos quatro minutos de jogo, e Rui Patrício, que evitou o empate com uma enorme defesa, aos 57.
A sorte de ter Cristiano
Portugal entrou em campo com apenas uma alteração relativamente ao jogo com Espanha. Quando todos apontavam para a entrada de André Silva para o lugar de Gonçalo Guedes, Fernando Santos preferiu manter a confiança do veloz avançado do Valência optando apenas por retirar Bruno Fernandes e colocar no seu lugar João Mário. Mas ainda antes de perceber se tinha sido uma boa opção, viu a equipa colocar-se em vantagem, com um golo de Cristiano Ronaldo, que respondeu de forma soberba a um cruzamento de Moutinho, na sequência de um canto, antecipando-se aos centrais e cabeceando de forma imparável, na pequena área.
O golo madrugador de Portugal baralhou um pouco a equipa marroquina, que até entrara mais focada e pressionante em campo. Mas rapidamente se recompôs e passou a assumir as despesas do jogo. Aproveitando a falta de velocidade do meio-campo português, foi-se aproximando da área e empurrando a seleção nacional para a entrada da área. Portugal, por seu lado, voltava a apostar nas saídas rápidas para o ataque, mas sem sucesso. Faltava velocidade a William, Moutinho e João Mário para fazer chegar a bola a Cristiano, Guedes e Bernardo. Estes eram, por sua vez, cada vez mais obrigados a recuar para ajudar a fechar os flancos.
À passagem da meia-hora de jogo, Fernando Santos mandou os dois extremos recuar no terreno para fechar as subidas dos laterais contrários e ordenou a subida no terreno de João Mário, no apoio a Cristiano. Portugal conseguiu, enfim, equilibrar-se e passou a dividir mais o jogo, beneficiando, claro está, da quebra física dos marroquinos. E foi assim que, aos 39 minutos, podia mesmo ter chegado ao segundo golo. Mas Gonçalo Guedes, assistido por Ronaldo, não conseguiu desfeitear o guardião contrário, quando estava isolado na cara do golo.
Mais do mesmo
O segundo tempo parecia trazer um Portugal mais seguro e controlador, mas, depois, de João Mário, Guedes e Cristiano terem desperdiçado um lance soberano, foi Marrocos que voltou a assumir as despesas do jogo. Sempre mais rápidos sobre a bola e pressionantes sobre o adversário, a equipa africana não só conseguia impedir Portugal de passar o meio-campo, como se aproximava cada vez com mais perigo da área nacional. Pouco antes da hora de jogo, e por três vezes, Marrocos esteve perto do empate. Valeu a falta de pontaria dos avançados e, aos 57 minutos de jogo, a defesa milagrosa de Rui Patrício.
Para tentar mudar o rumo dos acontecimentos, Fernando Santos lançou Gélson Fernandes para o lugar de Bernardo Silva, que voltou a não confirmar as esperanças que nele se depositavam. Ficou tudo na mesma. Dez minutos depois, trocou João Mário (lento, sem chama) por Bruno Fernandes. O médio veio trazer mais velocidade e intensidade ao meio-campo de Portugal, o que permitiu estancar um pouco a pressão marroquina. Mas não trouxe a esperada melhoria na qualidade ofensiva. Ronaldo continuava muito sozinho na frente, Guedes e Gelson desaparecidos do jogo e Moutinho e William, parados paradinhos, a ver jogar.
Fernando Santos ainda colocou em campo Andrien, no lugar de Moutinho, mas foi mesmo Marrocos quem acabou a partida a queixar-se da azelhice dos seus jogadores, que, em período de descontos, não conseguiram acertar com a baliza portuguesa.