“Contar histórias através da música” continua a ser o princípio do IN Spiritum, como salienta o maestro e diretor artístico Cesário Costa. A quarta edição acontece a partir deste sábado, 19, e escolhe o seu repertório musical a partir de vários pontos do Centro Histórico do Porto, classificado pela Unesco em 1996. “O ponto de partida é o património histórico da cidade”, reforça o maestro do festival que, este ano, terá sete concertos – mais um do que no ano passado.
O primeiro concerto, este sábado, 19, às 17h30, tem como palco o Café Astória, no interior do Hotel Intercontinental, e será “quase uma mini ópera apresentada em versão encenada”, revela Cesário Costa. Alunos do Curso de Música Antiga da ESMAE interpretam a Cantata do Café de Bach, lembrando a encomenda feita pelo Café Zimmermann (1715) em Leipzig, na Alemanha, ao compositor alemão. A obra transporta-nos até ao século XVIII, ao tempo em que as mulheres entravam no Zimmermann apenas para assistir a concertos de música, sendo desaconselhada a sua presença nos restantes momentos.
Na noite de sábado, às 21h30, será a escadaria da Casa do Infante a receber a Missa de Notre Dame de Machaut pelo Grupo Vocal Olisipo. O Quarteto de Cordas da ESMAE relembra no domingo, 20, às 12h, o pianista e compositor francês Lucien Lambert (que nasceu em Paris, mas morreu no Porto em 1945) no Conservatório de Música do Porto. Um concerto que reforçará, continua o maestro Cesário Costa, “o seu papel importante na formação de novos compositores”. À tarde, pelas 17h30, será a vez de as solistas da Orquestra Bomtempo lembrarem a música da Belle Époque no Ateneu Comercial do Porto.
O compositor catalão Jordi Savall, especialista em música antiga, é o protagonista na noite de segunda-feira, dia 21, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, num concerto (há muito esgotado) que fará a ligação entre a música do oriente com a do ocidente.
O Salão Nobre da Câmara Municipal do Porto será o palco improvável dos dois últimos concertos do festival, nos dias 22 e 23, às 21h30, com a integral das Suites para violoncelo solo de Bach a serem interpretadas por Jed Barahal, músico de origem norte-americana a viver há mais de 30 anos em Portugal, com o célebre violoncelo Montagnana que pertenceu à violoncelista Guilhermina Suggia – e se encontra habitualmente guardado no Museu Guerra Junqueiro.
IN Spiritum – Festival de Música do Porto > 19-23 mai, vários locais do Porto > €12,50 a €20