Era quase impossível não aceitarem o desafio da rádio Antena 3. O conceito era simples: uma conversa entre Pacman (agora Carlão), Jay, Virgul, Guilhas, Quaresma e DJ Glue, cujo imaginário ganha vida em memórias animadas pelo traço de António Piedade. Da Weasel: Agora e Para Sempre, o documentário de Bruno Martins, realizado por Catarina Peixoto, que se estreia nesta segunda, 4, cinco dias antes do regresso da banda ao palco do festival Alive, após 12 anos de ausência, é uma conversa de amigos, que tendo crescido juntos como pessoas e como músicos, recordam episódios dos primórdios da banda, pormenores que nem todos conheciam.
Para Carlão, são 30 minutos com “muito power, em que agarra do princípio ao fim”. E, apesar de a conversa não ter decorrido de forma cronológica, como lembra DJ Glue, é de 1993 a 2010 que o espectador percorre a sonoridade dos Da Weasel. A guitarra Boss, os primeiros beats e a primeira maqueta, uma sonoridade inicial mais agressiva a condizer com a doninha do nome – incómoda e que cheira mal.
Ao abordarem cada um dos dez álbuns editados, passam também em revista a vida pessoal de cada um, lembrando outras profissões que tiveram, as malhas criadas, os estúdios onde gravaram.
As boas lembranças das tournées não se esquecem, como as aventuras na carrinha com a embraiagem que falhava, numa altura em que as suas músicas não passavam nas rádios, mas já enchiam pequenas salas de espetáculos. A importância de chegar aos coliseus, para Jay “um sonho permitido a qualquer músico”, a enchente em frente à Torre de Belém com orquestra e o maestro Rui Massena, a consagração num Pavilhão Atlântico esgotado. E, pelo menos, para Carlão, há canções, como Mundos Mudo, que o continuam a arrepiar.
Eram os “gloriosos anos 90”, em que assumem ter feito o melhor que sabiam com o que tinham. Por agora, fica a faltar o merchandising do século XXI, os pequenos bonecos de vinil. Como é que ainda ninguém se lembrou disso?
Da Weasel: Agora e Para Sempre > RTP1 > Estreia 4 jul, seg 22h45