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Não é mania, é oportunidade. Foi ver, querer saber mais, obter resposta. E achar a resposta deliciosa ao ponto de ficar com vontade de voltar outra vez aos azulejos nesta croniqueta. Comecemos pelo local e por escrever que sabe bem entrar num hospital sem estarmos a pensar em doenças. Este – o Curry Cabral – parece parado no tempo, tantos são os pavilhões com ar desativado; mas para falarmos nisso precisaríamos de mais uns milhares de caracteres.
Fixemo-nos naquele que é conhecido como “o edifício novo”, inaugurado há 13 anos. É na sua receção que está agora o painel de azulejos em memória de Sara Serzedelo (“Zelda”), uma poetisa que morreu aos 26 anos. Em 1925, ficar doente na viagem de barco entre o Brasil e Portugal era com frequência uma sentença de morte. Em poucos dias volvidos, a mimosa “Zelda” sucumbiria irremediavelmente a uma violenta febre tifoide (escrevia-se assim n’O Século em 1935, ano em que a “lápida” foi descerrada).
Não podendo trazer o corpo, a mãe quis perpetuar-lhe o nome numa obra de caridade. Coligiu poemas e publicou Canto do Cisne, destinando o produto da venda a melhoramentos no pavilhão de tifosos do então Hospital do Rego. Foram 72 300$00, um balúrdio na época, que nos rendeu um painel de azulejos com um anjinho a ler o livro e tudo.