Com Lisboa a figurar nas listas das melhores cidades do mundo no que toca à arte urbana e ao graffiti, faltava um grande acontecimento que juntasse, num determinado espaço de tempo, uma série de artistas. Assim surgiu o Muro – Festival de Arte Urbana de Lisboa, que a partir deste sábado, 30, e até 15 de maio, decorre no Bairro Padre Cruz, em Carnide. “É a consolidação do trabalho desenvolvido nos últimos oito anos”, diz Inês Machado, da Galeria de Arte Urbana (GAU), da Câmara de Lisboa, que organiza o festival com a junta de freguesia e a EGEAC. O “território” justificou a escolha. Pela sua dimensão – são cerca de 5500 moradores, o que faz deste bairro municipal o maior da Península Ibérica –, pela própria configuração (amplo, com diferentes tipos de construção a formar uma tela perfeita), mas também pela riqueza a nível associativo. São mais de 20 as associações que asseguram parte da programação cultural que se estende ao longo de 15 dias.
Além de Alexandre Farto (Vhils), o Muro tem como curadores Lara Seixo Rodrigues, responsável pelo Festival Wool e pelo projeto Lata65; Pedro Soares Neves, pioneiro do graffiti em Portugal e investigador académico; Miguel Negretti, da loja Montana; o graffiter Pariz One e Ana Vilar Bravo, mentora do projeto LumiArte. A eles coube convidar os artistas que vão intervir nas empenas. Trinta, no total, onde se incluem os portugueses AkaCorleone, André da Loba, Add Fuel, Bordallo II, Mário Belém ou Draw, os espanhóis Pantone, Borondo e Aryz, o alemão Low Bros e os holandeses Telmo & Miel, e aos quais se juntam outros cinco, escolhidos pela GAU: Nomen, Tamara Alves, Tinta Crua, José Carvalho e Eime.
Para que mais pessoas possam ir ao festival, as atividades concentram-se ao fim de semana, com o Centro Cultural de Carnide a servir de epicentro. Daqui partem, de hora a hora, as visitas guiadas, e ali se recebe, de manhã e à tarde, quem quiser participar nos workshops da Lata65. À noite há concertos, com Sam The Kid, Kumpania Algazarra, Batida e Farra Fanfarra, e Faustin Linyekula (o Artista na Cidade) trará um espetáculo de dança a 7 de maio. Depois haverá teatro de marionetas, peddy pappers, bike trial, capoeira e paintball, e carrinhas de street food. Durante duas semanas, será este o centro da cidade.
Além das atividades e animações, o programa inclui uma Mostra de Cinema (5 mai, Centro Cultural de Carnide) e uma exposição de fotografia nas ruas do bairro. Aos trabalhos dos artistas juntam-se, ao longo de duas semanas, algumas imagens do que vai acontecendo, numa espécie de registo do festival.
Muro – Festival de Arte Urbana > Bairro Padre Cruz, Carnide, Lisboa > 30 abr-15 mai