
Um edifício em ruínas do Serralho, largo recatado e esquecido do centro histórico de Guimarães, encaixava na ideia de António Loureiro de abrir um restaurante relativamente pequeno (com capacidade para 40 pessoas), numa zona não massificada pelo turismo
Lucília Monteiro
Simplesmente, A Cozinha. O nome revela o modo como o chefe António Loureiro quer concentrar-se no essencial: “a qualidade dos produtos e do serviço”. Aos 48 anos, após ter acumulado experiências profissionais em restaurantes com Estrelas Michelin (Belcanto, The Kitchin, Azurmendi) e em cadeias hoteleiras (Pousadas de Portugal, Solverde, Meliã) – que culminaram na conquista do título de Chefe Cozinheiro do Ano em 2014 –, decidiu regressar à terra onde nasceu e cresceu. “Sempre tive a intenção de voltar a Guimarães, onde comecei a minha carreira e cheguei a ter um restaurante de comida tradicional, com bastante êxito”, conta. Partiu, porque quis investir na carreira, “conhecer outros países e outras cozinhas”, conforme diz. Hoje, é necessariamente um cozinheiro diferente, apostado em valorizar a cozinha tradicional, sobretudo do Minho e do Alto Douro, com muita criatividade.

É com pratos como este Horta do Minho (com cogumelos, legumes e barriga de porco, €7) que o chefe de cozinha António Loureiro quer valorizar e reafirmar as tradições gastronómicas portuguesas, sobretudo do Minho e de Trás-os-Montes
Lucília Monteiro
Um edifício em ruínas do Serralho, largo recatado e esquecido do centro histórico de Guimarães, encaixava na ideia de António Loureiro. Ali podia construir um restaurante relativamente pequeno (com capacidade para 40 pessoas), numa zona não massificada pelo turismo e concentrar-se nas experiências sensoriais proporcionadas aos clientes, tendo sempre por base o receituário regional. “Estamos numa posição geográfica privilegiada, a 30 quilómetros do mar e a outros tantos da serra, e pelo meio ainda encontramos as hortas do Minho”, sublinha António Loureiro. “Temos uma grande diversidade de produtos à disposição e uma tradição gastronómica muito forte.” Ao almoço, optarão por pratos mais simples, “reconhecíveis pelo público em geral”, ao passo que ao jantar haverá propostas mais arrojadas, à carta ou em menus de degustação. Na sala principal, logo à entrada, as mesas sem toalhas estão prontas a receber as criações do chefe. No piso superior, além de um terraço com ervas aromáticas e pequenos legumes, há uma sala privada com mesa oval para dez pessoas, de janela aberta para uma das cozinhas, onde se realizarão eventos de live cooking, workshops e provas de vinhos. Refira-se, aliás, que a garrafeira irá focar-se nos vinhos verdes e do Douro. Valorizando, mais uma vez, as riquezas da região.
A Cozinha > Lg. do Serralho, 4, Guimarães > T. 253 534 022 > seg-sáb 12h30-15h30, 19h30-23h > €35 (preço médio)