Está entre as cinco primeiras causas de morte em Portugal e é a maior causa de morte por infeção. Falamos da pneumonia, uma “infeção respiratória que incide sobre os pulmões e que cria uma reação inflamatória”, explica António Morais, pneumologista e Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. “O organismo tenta defender-se de forma a combater o microorganismo através dessa resposta inflamatória.”
Essa inflamação ocupa o alvéolo pulmonar onde o ar entra e passa para o organismo. “A partir do momento em que há um espaço que começa a ser ocupado pela inflamação a pessoa não consegue respirar. Quanto maior for a zona ocupada, maior influência tem na capacidade respiratória do indivíduo e mais grave é a infeção.”
Se a pneumonia – cujos principais sintomas são a febre, tosse, expetoração e falta de ar – não for tratada a tempo, é possível que evolua para uma situação inflamatória sistémica, podendo haver falência de outros órgãos para além do pulmão.

A causa mais comum é a bactéria pneumococo, mas pode também ser espoletada por vírus ou fungos. No entanto, de acordo com António Morais, “na maior parte das situações de pneumonia não se consegue identificar o agente.”
Quando se está com gripe, nos casos de quem “tem uma menor defesa imunitária”, como os idosos e as pessoas que têm doenças crónicas respiratórias, cardíacas ou diabetes ou que estão a fazer tratamentos com imunossupressores, pode “haver uma sobreinfeção bacteriana” com pneumococo.
A pneumonia pode ser contagiosa. “A proximidade de doentes internados ou que estão em instituições de acolhimento, como os lares, pode levar a isso. A transmissão [por via aérea] não é tão fácil como nas infeções víricas, como a gripe ou Covid-19, mas pode acontecer”, conclui o médico.
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