Que se saiba, a pessoa a viver mais tempo foi a francesa Jeanne Calment, que morreu em 4 de agosto de 1997, com 122 anos e 164 dias. No mês passado foi notícia a morte de Maria Branyas Morera, considerada até aí a pessoa mais velha do mundo, com 117 anos. Em Portugal, na última década, o número de centenários aumentou 77 por cento. E enquanto os artigos, publicados nos sites de notícias nacionais e internacionais, com os conselhos de quem passou a barreira dos 100 com relativa saúde se multiplicam, a comunidade científica procura as pistas para perceber como se chega lá.
Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Copenhaga descobriu que há um gene em particular que parece ter uma grande influência na longevidade: a proteína OSER1.
“Identificámos esta proteína que pode estender a longevidade. É um novo fator pró-longevidade e é uma proteína que existe em vários animais”, anima-se Lene Juel Rasmussen, o autor sénior por detrás do novo estudo, publicado na Nature.
A OSER1 deve o nome ao seu efeito redutor do stress oxidativo (“oxidative stress-responsive serine-rich protein 1”) e os investigadores concluíram que a sua abundância aumenta a duração da vida em bichos da seda, nos vermes nemátodes e nas moscas, pelo menos, enquanto a sua falta tem o efeito contrário.
Os investigadores descobriram a OSER1 quando estudavam um grupo maior de proteínas reguladas pelo fator de transcrição FOXO. No total, encontraram 10 genes que afetam a longevidade, mas focaram-se neste, que mostrou ter um papel mais determinante.
A ideia agora é, claro, conseguir transformar este conhecimento em medicamentos direcionados a doenças relacionadas com a idade, como as metabólicas, cardiovasculares ou neurodegenerativas.