O semaglutido, usado no tratamento da diabetes, fez tanto sucesso nas redes sociais – em parte devido à “publicidade” feita por celebridades como Elon Musk – pelo seu efeito na perda de peso que chegou a estar esgotado nas farmácias em vários pontos do mundo.
Agora o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Assistência (NICE), através do serviço nacional de saúde do Reino Unido, anunciou que cerca de dez mil pessoas que sofrem de obesidade vão receber uma injeção de semaglutido para perder peso.
Segundo o Times, o serviço nacional de saúde do Reino Unido tem capacidade para administrar 35 mil doses semanalmente, apesar de afirmar que só o vai dar a um grupo restrito. As pessoas só poderão receber o medicamento mediante receita médica como parte de um serviço especializado de controlo de peso, envolvendo informações de vários profissionais e no máximo durante dois anos.
O medicamento suprime o apetite imitando a hormona peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), que é liberado após a ingestão. Na prática, o semaglutido faz com que as pessoas comam menos, e quando comem se sintam mais saciadas.
Em Portugal, o fármaco está indicado apenas para o tratamento da diabetes. Em todo o mundo a sua procura para efeitos de emagrecimento levou mesmo a uma rutura intermitente de stocks de algumas dossagens do medicamento deixando os diabéticos preocupados.
Um estudo anterior, segundo o Guardian, descobriu que as pessoas que receberam o medicamento diminuíram o seu peso em média 12% após 68 semanas. Ainda assim, existem outros estudos que referem que os efeitos colaterais incluíam náuseas e diarreia, mas são considerados de gravidade leve a moderada e diminuíam com o tempo.
“Para algumas pessoas, perder peso é um verdadeiro desafio, e é por isso que um medicamento como o semaglutido é uma opção bem-vinda”, afirma Helen Knight, do NICE. “Não estará disponível para todos. O nosso comité fez recomendações específicas para garantir que continua a valer dinheiro para o contribuinte, e só pode ser usado por no máximo dois anos.”
Stephen Lawrence, professor na Warwick Medical School Health Sciences, avisa que é importante que os doentes tenham consciência que “este medicamento não é uma solução rápida” para a perda de peso, nem é um “substituto ao estilo de vida saudável, que inclui atividade física e alimentação saudável”.