Um grupo de investigadores do National Institutes of Health (NIH), nos EUA, descobriu que o tecido adiposo branco armazena células essenciais ao combate a possíveis doenças e infeções.
Estas células – um tipo de glóbulos brancos chamados leucócitos T de memória – são células imunitárias que “aprendem” a combater infeções de forma cada vez mais eficaz, com base em experiências anteriores de exposição aos patogénicos.
Por outras palavras, quanto mais as células combatem um certo tipo de agente infeccioso, melhor o combaterão da próxima vez que tenham de o enfrentar.
O estudo foi realizado em ratos e macacos, e em ambos foram encontrados leucócitos T de memória armazenados na sua gordura corporal. Tanto num animal como no outro, as células demonstravam combater infeções eficazmente.
Jasmine Belkaid, investigadora do NIH e coautora do estudo, acredita que as células T armazenadas na gordura são especialmente fortes por se alimentarem dessa mesma gordura, que “tem enormes quantidades de nutrientes”, diz.
“Isto significa que o tecido adiposo não é apenas um reservatório pata células de memória, mas que essas células de memória tem uma função aprimorada”, acrescenta. “O tecido é como uma poção mágica que pode ativar as células T da melhor forma.”
Anthony Ferrante, médico no Columbia University Medical Center, acredita que este e outros estudos têm o poder para mudar a forma como a gordura é encarada. A mesma deverá ser considerada um órgão imunitário como os gânglios linfáticos e o timo, defende mesmo.
Mas atenção, que embora possa ser benéfico para a saúde ter alguma gordura no corpo, a obesidade continua a ser um grave problema de saúde, potenciando outros como a diabetes e o cancro.