Não estranhe se no próximo ano só ouvir falar de ambiente. A ideia é mesmo essa, no ano em que Lisboa será Capital Verde Europeia. Em 2020, o tema será central em Lisboa, durante uma iniciativa que durará um ano inteiro, envolverá largas dezenas de entidades e instituições parceiras e se alargará a muitas outras zonas do País.
O galardão deixou todos eufóricos: esta é a primeira vez que uma cidade do Sul da Europa foi distinguida pela iniciativa European Green Capital Award, da Comissão Europeia. Esta distinção premeia o progresso feito em matéria de sustentabilidade, em seis áreas-chave – energia, água, mobilidade, resíduos, infraestrutura verde e biodiversidade.
“Em 2030, vamos convidar Marcelo Rebelo de Sousa para dar um novo mergulho num Tejo limpo”, disse José Sá Fernandes no lançamento da Lisboa Capital Verde Europeia
O programa é vastíssimo e pensado para todos. Prevê uma série de exposições que serão acolhidas por vários parceiros da iniciativa, como o Museu da Eletricidade e o MAAT, o Museu Nacional de História Natural e da Ciências da Universidade de Lisboa, instalações da EPAL e da Fábrica de Água em Alcântara, o Pavilhão do Conhecimento, a Gare Marítima de Alcântara, entre outros. Paralelamente, existirá um programa educativo para as escolas de Ensino Básico e Secundário de Lisboa e uma série de iniciativas que pretendem envolver milhares de idosos.
Um programa intenso
Ao longo do ano vão também decorrer vários, encontros, seminários e conferências nacionais e internacionais no âmbito da Capital Verde Europeia. O arranque será já a 11 janeiro, com a passagem de testemunho de Oslo para Lisboa, e onde está previsto um flash mob com a presença do Presidente da República, do secretário-geral da ONU e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa. No mínimo, memorável.
Nesse mesmo dia, estrear-se-á uma nova exposição no Oceanário de Lisboa que mostrará “O mar de Portugal como nunca o vimos”. Promove uma experiência única e imersiva, retratando a profunda ligação do Homem com o oceano. A 20 de janeiro arranca a iniciativa “Um Jardim em Lisboa”, um projeto que vai oferecer mais espaços verdes à capital: mensalmente, será aberto ao público um jardim da cidade.
Outros momentos altos da agenda incluem: a Urban Future Global Conference 2020 (1 a 3 de abril), o Planetiers World Gathering (23 e 25 abril), ITS 2020, (sobre transportes inteligentes (18 a 21 maio), a Semana Verde Europeia, sobre biodiversidade (1 a 3 de junho), a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (2 a 6 junho) e a EcoProcura 2020 (novembro).
Para estar a par de tudo, basta acompanhar a agenda em lisboagreencapital2020.com.
Um apelo aos indiferentes
Um dos motes da Lisboa Capital Verde Europeia é fazer evoluir a cidade nos vários parâmetros ambientais. Mas, para o conseguir, é fundamental envolver todos na causa do ambiente. Eis a mensagem com que a CML quer aproximar-se dos indiferentes, sem os quais a evolução não é possível:
“Precisamos dos indiferentes, dos conformados e dos céticos.
Precisamos dos que ligam demasiado ao carro.
E dos que não desligam a luz.
Precisamos dos que deixam a água a correr.
E dos que se demoram no banho.
Precisamos dos que atiram para o mar.
E dos que lançam para o ar.
Precisamos dos pessimistas e dos consumistas.
Dos que querem palhinha. E saquinho. E descartávelzinho.
Precisamos dos que reciclam desculpas e mais coisa nenhuma.
Dos que não querem e dos que não creem.
Precisamos até dos que não fazem por mal.
Escolhe evoluir”