Redução de 60% das emissões de CO2 e do consumo energético; 27% dos telhados com potencial solar equipados com painéis solares; duplicação da frota de elétricos rápidos e mais 40% de oferta de transporte público rápido rodoviário na área metropolitana; garantir que sete em cada dez viagens são feitas em transporte público ou modos alternativos; chegar aos 200 km de ciclovias; reduzir para metade os resíduos indiferenciados, levados para incineração; combater os efeitos das ondas de calor criando mais espaços verdes e plantando anualmente 25 mil árvores ou arbustos; minimizar as inundações, com um plano geral de drenagem e bacias de retenção de base natural, e criar uma rede de distribuição de água reciclada. Estes são alguns dos objetivos para 2030 que a Câmara de Lisboa divulgou hoje, numa apresentação em Monsanto, na mesma cerimónia em que divulgou também a programação da cidade enquanto Capital Verde Europeia 2020.
Coube a José Sá Fernandes, vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, anunciar os compromissos do município, aproveitando para fazer um convite antecipado muito especial para ilustrar a evolução de Lisboa: “Em 2030, vamos convidar Marcelo Rebelo de Sousa para dar um novo mergulho num Tejo limpo”, gracejou, lembrando a campanha do atual presidente da República quando se candidatou à Câmara de Lisboa.
Leia aqui a entrevista de vida de José Sá Fernandes à VISÃO
Quanto à Capital Verde, Sá Fernandes sublinhou que “Lisboa é a primeira capital do Sul da Europa a ganhar o prémio”. “Ganhámos não por termos a cidade mais sustentável do mundo”, confessou. “Ganhámos porque evoluímos.” “Escolhe evoluir” é, aliás, o mote da campanha. Para mostrar o que tem sido feito no âmbito da sustentabilidade, o vereador lembrou os 347 hectares de espaços verdes novos ou reabilitados nos últimos 10 anos, os 33% de redução de consumo de água na cidade de 2004 para 2017 e o facto de já terem sido ultrapassadas as metas de descarbonização previstas para 2020. Assegurou ainda que Lisboa vai usar a sua projecção em 2020 para divulgar bons exemplos no País. A Capital Verde Europeia, que arrancará oficialmente a 10 de janeiro numa cerimónia com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, será marcada por dezenas de exposições, conferências e debates sobre sustentabilidade.
O presidente da Câmara de Lisboa fechou a apresentação, recordando que a cidade se candidatou ao prémio, não tentando convencer o júri que Lisboa é a cidade mais verde da Europa, mas como “alavanca” para “puxar a agenda da sustentabilidade”. “Temos de fazer a nossa parte porque há outros que não estão a fazer a parte que lhes compete”, disse Fernando Medina. “Ou conseguimos limitar em conjunto o aquecimento global ou perdemos todos em conjunto. Não vale a pena queixarmo-nos do senhor Trump. Vamos tentar compensar os que não andam tão depressa ou não andam de todo.”