A guerra na Ucrânia transformou-se, passados 1000 dias, num verdadeiro teatro de batalha, onde são testadas, em ambiente real, todo o tipo de armas, novas e antigas. Estes testes prometem introduzir inúmeras alterações no pensamento e na estratégia militar, com Forças Armadas menos focadas na quantidade e mais preocupadas em dispor de equipamentos destrutivos altamente eficazes e de custos reduzidos. E Biden, finalmente, depois de mais um ataque russo contra instalações elétricas, autorizou o uso de armas de longo alcance em território da Rússia. É uma escalada de força, que vai ter impacto no Kremlin. Ameaças e retaliações não faltarão.
Nesta guerra, confrontam-se também forças inesperadas e de valor incerto, como os milhares de norte-coreanos que estão a inundar o Sul e o Leste da Ucrânia. Este movimento é um gesto de total subserviência de Kim Jong-Un a Putin, numa troca que envolve soldados por conhecimentos e equipamentos nucleares. Esta novidade já tem reflexos visíveis: os sul-coreanos começaram a enviar equipamentos militares aos ucranianos, alguns dos quais também estão a ser testados em condições de combate.
Zelensky acredita que a guerra terminará em 2025, graças ao empenho e à vontade de Trump, para não mencionar a sua habitual fanfarronice. No entanto, Putin parece muito mais tranquilo e ousado perante as bravatas do presidente eleito, que nomeou para secretário de Estado alguém contrário à ajuda a Kiev e para o Pentágono um quase desconhecido da Fox News, o que inquieta os aliados, a NATO e várias outras capitais. Trump, na verdade, está a agir exatamente como se esperava, mas desta vez sem as fantasias do seu primeiro mandato. Agora é a doer. Para ficar na História.
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