Este ano, o tema do regresso às aulas soa duplamente a déjà-vu e, por isso, interessa pouco aos portugueses sem descendência ou cujos filhos já não se encontram a estudar. Compreende-se: além de se tratar de mais uma rentrée escolar, também constitui mais um momento das “chatices do costume”: greves, horários, falta de professores, atrasos na colocação… Após longos meses de negociação, o Governo avançou com algumas medidas para minimizar o problema, pensos rápidos num assunto que deve avolumar-se nos próximos tempos, à beira que estamos de mais um ciclo eleitoral. Na semana passada, à VISÃO, o ministro João Costa garantiu estar ainda a trabalhar nas questões de médio prazo, nomeadamente, na revisão dos modelos de formação de professores que vão permitir suprimir a necessidade de contratar mais 30 mil novos professores até 2030.
Na entrevista à VISÃO, o ministro da Educação respondeu a todas as perguntas, honra lhe seja feita. Com uma única exceção: “Faz sentido reabrir as negociações com os sindicatos?” Aqui, podemos dizer que o governante – que, entre as funções de secretário de Estado e as de titular da pasta, está no ministério há oito anos – chutou para canto. “A reposição integral do tempo de serviço não consta do nosso programa. Mas não somos surdos a este diálogo”, replicou João Costa, enumerando um conjunto de cedências que acaba por funcionar como compensação do tempo de serviço congelado (por exemplo, “o acelerador de carreiras”).