Existe um grupo como tantos outros no Facebook. Mas este é especial. Chama-se “Portugueses em Amsterdão”. Tem quase três mil membros. Também existe um grupo igual em Budapeste (onde já vivi) e imagino que exista um em todos os países onde se encontrem pelo menos dois ou três portugueses. É uma espécie de entreajuda de pessoas perdidas, longe do seu ambiente normal. E para falta de melhor, substituem as páginas amarelas e conselhos de amigos.
Ir às finanças em Lisboa, por muito que seja uma chatice, é fácil. Sabemos o sitio, sabemos que temos de chegar cedo, de tirar o ticket. Sabemos onde fica a Loja do Cidadão das Laranjeiras. Sabemos o problema que é estacionar. Mas sabemos ao que vamos. Que documentos levar, o tempo que as coisas levam. Quando se está fora não sabemos nada disso. Não sabemos nada. E temos de apoiar-nos em quem já fez e perguntou e teve a chatice maior de descobrir os sítios, passar pelas coisas, falhar nos documentos.
E por isso existe este grupo. Para ajudar quem está longe. Trocam-se duvidas de locais, recomendações de empregos, ajudas soltas de quem tem uma duvida maior ou apenas quer saber onde encontrar pastéis de bacalhau (que existem, mas lá chegaremos noutra crónica). Há de tudo, mas acimas de tudo há apoio. É muito raro encontrar uma pergunta sem resposta, ou uma suspeita não confirmada. Conversas surgem sobre coisas do dia a dia, convites para trazer e levar coisas entre Portugal e Amsterdão – dividindo os custos, claro está – e até mensagens de Feliz Natal ou sugestões de onde ver o último Sporting-Benfica.
À entrada somos recebidos por várias informações úteis, como onde encontrar apartamentos ou serviços de mudanças, com links e dicas. Sugestões de lugares e informações que são importantes para quem vai, ou está a pensar ir para outro país. E depois temos as inúmeras publicações de portugueses. De pessoas nossas que perguntam, que desabafam. Que ajudam, acima de tudo.
É muito bom haver esta forma muito tuga de partilha. Não custa nada, não faz mal, não leva muito tempo e aproxima quem está fora. Mesmo que são seja geograficamente.
VISTO DE FORA
Dias sem ir a Portugal: 15
Notícias por aqui: frio, neve, temperaturas de bater o dente.
Sabia que por cá...os holandeses estão entre os mais altos do mundo. A média destas “torres” é 184 cm para os homens e 170 para as mulheres.
Um número surpreendente… dez milhões de visualizações, até agora, no vídeo de boas vindas a Trump.