Quase 4000 operacionais, apoiados por 1.200 meios terrestres, combatiam esta quinta-feira, a meio da manhã, mais de 100 ocorrências em Portugal continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. As operações estão a evoluir “favoravelmente”, auxiliadas pelas mudanças no estado do tempo.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o perigo de incêndio rural começa a desagravar a partir de hoje, estando previstos períodos de muita nebulosidade e aguaceiros nas regiões do Norte e Centro para os próximos dias. Vários concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro permanecem hoje, no entanto, em perigo muito elevado de incêndio – o segundo mais grave. Apenas Penela, no distrito de Coimbra, se mantém o único em perigo máximo de incêndio. Espera-se que a descida da temperatura, diminuição do vento e aguaceiros previstos em algumas regiões do continente ajudem no combate às chamas.
Os incêndios que mais preocupam as autoridades encontram-se agora em Castro de Aire e Arouca. “Temos incêndios ainda com alguma severidade nos concelhos de Castro Daire e Arouca. São fogos ainda com forte atividade que justificam um número significativo de meios, sendo que no concelho de Castro Daire, na sub-região de Viseu Dão Lafões, temos 550 operacionais, apoiados por 178 veículos, e no concelho de Arouca temos 234 operacionais, com 71 veículos”, adiantou o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, à agência Lusa esta manhã.
As chamas de Castro Daire, no distrito de Viseu, são as que estão a mobilizar, neste momento, mais operacionais no País. “Tivemos alguma pressão sobre o edificado, sobre habitações no concelho de Castro Daire e de Arouca. O incêndio esteve próximo de habitações, o que levou os combatentes a fazerem a proteção a essas habitações, mas não temos conhecimento de que durante a noite tenham ardido habitações ou que destes incêndios tenham ocorrido vítimas entre os populares”, acrescentou o comandante.
Em Vila Pouca de Aguiar as operações vão ser reforçadas hoje com mais 120 operacionais espanhóis, segundo Artur Mota, comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil. No terreno estão cerca de 100 operacionais a combater as chamas que lavram numa zona de difícil acesso. “É o local que nos oferece mais perigo. Se o resolvermos, à partida o resto vai ser vigilância, mas até à noite ainda vamos ter situações mais complicadas porque se prevê um agravamento da meteorologia, com um aumento da intensidade do vento para o final da tarde”, referiu.
Já os dois fogos rurais que deflagraram este domingo em Sever do Vouga e em Pessegueiro do Vouga, no distrito de Aveiro, encontram-se em fase de resolução. Pelas 10h30 desta manhã, segundo o site da Proteção Civil, encontravam-se no terreno, em Pessegueiro do Vouga, 566 operacionais, apoiados por 162 viaturas, e 338 operacionais e 98 viaturas em Sever do Vouga. “O fogo já está em rescaldo e vigilância, as condições climatéricas durante a noite ajudaram, mas ainda há muito trabalho para fazer”, explicou Paulo Nogueira, vice-presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, à Lusa.
Também o incêndio que lavra desde o final da tarde de terça-feira no Alto de Fiães, em Alijó, entrou em fase de resolução esta madrugada. O fogo, que já esteve em resolução, reativou durante a tarde de quarta-feira, na freguesia de Vilar de Maçada, no distrito de Vila Real.
Desde domingo já morreram sete pessoas e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que estão a devastar as regiões Norte e Centro do país. Dezenas de casas foram destruídas e os fogos levaram ao corte de estradas e autoestradas. Existem condicionamentos, esta manhã, na EN 326-1, em Aveiro, com um “corte total entre Canelas e Alvarenga”. Já em Viseu, o corte total é entre Castro Daire e Portas de Montemuro, Cinfães, na EN 321.