A Polícia Judiciária (PJ) deteve um funcionário do Benfica, suspeito de liderar uma rede de importação e distribuição de substâncias anabolizantes em vários ginásios, as quais são consideradas como perigosas para a saúde pública, segundo apurou a VISÃO. Esta segunda-feira, em comunicado, a Judiciária refere que a “Operação Corpus Insanus” permitiu “desmantelar um laboratório clandestino de produção, em massa, de substâncias anabolizantes, provavelmente o de maior dimensão até hoje identificado e localizado, tendo sido apreendidos ainda – além de vários equipamentos laboratoriais e máquinas industriais para produção dessas substâncias (orais, e injetáveis) – substâncias proibidas, com processo de produção finalizado e já embaladas e etiquetadas, contendo cartonagens, blisters, hologramas, bulas, que habilitavam os produtos dopantes em causa a entrar no mercado, com aparência de produção certificada e produção laboratorial legítima”.
Em causa nesta investigação estão crimes de tráfico de substâncias e métodos proibidos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, relacionados com a produção laboratorial ilícita, de anabolizantes.
De acordo com o documento, “foi também efetuada a apreensão de mais de duzentos e cinquenta mil euros em numerário e ativos digitais, designadamente, cripto moeda, bem como de quatro viaturas de luxo, avaliadas em cerca de trezentos mil euros, tendo sido detidas duas pessoas, uma das quais, funcionário do Benfica, ficou em prisão preventiva e a outra com apresentações bissemanais às autoridades.
Além da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), a operação “Corpus Insanus” envolveu diversas Unidades da Polícia Judiciária, designadamente, da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática (UPTI), do Laboratório de Polícias Cientifica (LPC), da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística (UPFC) e da Direção de Serviços de Gestão Financeira e Patrimonial (DSGFP), tendo participado cerca de uma centena de investigadores e peritos, acrescentou ainda a PJ, que nos últimos dias realizou onze buscas.
O fenómeno das substâncias proibidas nos ginásios já foi alvo de uma grade investigação da VISÃO. Releia o trabalho “O perigoso mundo dos esteroides”.