Benedita Contreras tem 22 anos e está a acabar o mestrado de Gestão da Universidade Nova de Lisboa. Nada disto seria notícia se não tivesse tornado real, junto com Michele, um colega italiano, e Lauranne, uma francesa, um projeto apresentado na cadeira de empreendedorismo social. Com este trabalho ganharam ainda o concurso BET 24 – uma ajuda na consolidação da ideia.
As sírias Maysa e Amal, cunhadas a viver na zona da Parede desde que fugiram da guerra há uns meses, não podiam estar mais contentes com o que está escrito no parágrafo anterior. São elas, e outras mulheres refugiadas, que Benedita e os seus colegas querem ajudar, através da manufactura de sabonetes de Allepo.
Para pôr a ideia de pé, precisam, para já, de 2500 euros. É esse dinheiro que estão a tentar juntar aqui, na plataforma de crowdfunding PPL, desde 17 de maio. Amal Soap – Hope for a New Home pode ser apoiado até 16 de junho, sendo que o dinheiro arrecadado irá para pagar o vídeo que consta na página, a consultoria técnica na área dos cosméticos, o site, materiais e transportes.
Maysa e Amal (por coincidência tem o mesmo nome do sabonete, que por sinal quer dizer esperança) serão apenas as “cobaias”. Depois de terem formação para aprender a fazer os sabonetes de azeite e óleo de louro, 100% artesanais, irão vendê-los online e em locais onde se estabeleçam parcerias (por um valor que rondará os 5 euros). Se a coisa correr bem, haverá mais gente a fazê-los e mais sítios para onde vender este produto com propriedades especiais: “Os sírios dizem que se distingue pelo cheiro, por causa do louro, e que é excelente para hidratar a pele”, conta Benedita, que de tanto pesquisar quase se tornou uma perita.
Este projeto de comércio justo permite, segundo esta sua promotora, que as mulheres sírias se sintam mais integradas e possam ajudar a família, sempre respeitando a cultura em que nasceram. Até porque a ideia é crescer, dar workshops e vender em feiras.