A direção do BE passou as últimas semanas a fazer reuniões em concelhias, para dar explicações sobre os despedimentos de trabalhadoras do partido que tinham acabado de ser mães. Vários dirigentes andaram pelo País, em locais como Setúbal, Oeiras, Odivelas, Cascais, Torres Vedras ou Leiria, em encontros que serviram como sessões de esclarecimento. A decisão de falar sobre o tema “cara a cara” revela que a cúpula bloquista percebeu o potencial de estrago de uma polémica que punha em causa os pergaminhos feministas e de defesa dos direitos laborais do partido, mesmo que na direção do BE se garanta, agora, que o caso está sanado e que as justificações foram convincentes. A forma como o partido dispensou, entre 2022 e 2024, quatro mulheres acabou, porém, por levar a uma demissão na Comissão Política do partido de todos os elementos da oposição interna, a Moção E.
Elisa Antunes, Gabriela Mota Vieira, Pedro Soares e Ricardo Salabert saíram da Comissão Política alegando a “indisponibilidade para continuar a ser membros de um órgão esvaziado das suas competências”, depois de terem visto chumbada a proposta de constituição de uma “Comissão de Inquérito para avaliação e apuramento de responsabilidades coletivas e individuais no processo de despedimento de funcionários”.
