António Costa recusou, esta quinta-feira à noite, revelar qual será o futuro de João Galamba no Governo, após o nome do ministro das Infraestruturas ser um dos maiores implicados no caso que levou Marcelo Rebelo de Sousa a marcar legislativas antecipadas.
O primeiro-ministro adiantou que vai discutir a permanência de Galamba no Executivo com o Presidente da República, mas que, amanhã, sexta-feira, o governante irá ao Parlamento defender o Orçamento do Estado para a pasta da Infraestruturas.
“Fiquei de falar com o Presidente da República sobre esse assunto”, revelou, à entrada da sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, tendo ao lado o presidente do partido, Carlos César.
Após a polémica com os incidentes na noite de 26 de abril, nas instalações do Ministério das Infraestruturas, que terão envolvido o pessoal técnico do gabinete de Galamba e envolvido as secretas nacionais, Belém pediu a António Costa a demissão do governante. Mas, a 2 de maio, o primeiro-ministro decidiu manter em funções o ministro, reforçando a confiança em Galamba e entrando em confronto com Marcelo.
Apesar de ser o ministro mais impopular do Executivo aos olhos dos portugueses, de acordo com as sondagens desde aquele incidente, Galamba foi a aposta de Costa para encerrar o debate no dia da votação na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024, há uma semana.
João Galamba é um dos maiores visados na Operação Influencer, que desencadeou, na última terça-feira, diversas buscas ao Palácio de São Bento, residência oficial de Costa, a ministérios, à Agência do Ambiente, a empresas e à autarquia de Sines.
Tendo com base os negócios de lítio e hidrogénio verde, a operação, levada a cabo pelo Ministério Público, com o apoio da PSP e Autoridade Tributária, acabou na detenção de cinco pessoas – entre as quais, Vítor Escária, chefe de gabinete de Costa, e Lacerda Machado, o polémico advogado, conhecido como o “melhor amigo” do primeiro-ministro.