Guimarães.
Terá sido esta a palavra-passe que, na noite de 26 de abril, desbloqueou a entrega voluntária ao SIS do computador do Ministério das Infraestruturas (MI) na posse de Frederico Pinheiro. Quando, pouco depois das 23h, o agora ex-adjunto de João Galamba recebeu um telefonema de alguém identificado como agente dos serviços de informação a dizer-lhe que tinha ordens “de cima” para recolher o aparelho, Frederico sentiu-se intimidado, embora também algo desconfiado: “Vou entregar o computador a um agente do SIS e não fico com qualquer comprovativo de que o fiz…”, pensou. Do outro lado da linha, o agente insistiu: havia, disse, “muitas pressões” para solucionar o caso e o melhor, sugeriu, era “resolver as coisas a bem”. Caso contrário, admitiu, “tudo seria mais complicado”. Exonerado horas antes de funções pelo ministro, por telemóvel, Frederico quis assegurar-se de que falava com alguém de confiança. Sugeriu contactar os próprios serviços pelo telefone indicando uma palavra-passe que o agente em causa repetiria quando lhe ligasse de volta para combinar o encontro. Assim foi.